A Relíquia
(Eça de Queirós)
Em 1861 Eça de Queirós parte, na companhia do conde de Resende, para a Palestina e depois para o Egipto, a fim de fazer a reportagem da inauguração do Canal de Suez. Desta viagem surge-lhe a inspiração para escrever A Relíquia e O Egipto. O protagonista desta história é Teodorico Raposo, um rapaz orfão desde a infância, Que foi viver por caridade para casa de D. Patrocínio das Neves, sua tia também conhecida por Titi, a sua única parente viva. Apesar de se tratar de uma rica solteirona que vive num casarão, Em Lisboa, rodeada de empregados, Teodorico vive mendigando alguns trocados para poder divertir-se. Mesmo sendo gozado pelos amigos, não se atreve a desafiar a tia para não perder a pouca liberdade que esta lhe dá. Como a senhora é muito religiosa a convivência com os padres é obrigatória e a vigilância de todos dificultava bastante a vida amorosa de Teodorico. Este forma-se em Direito e, depois de algumas desilusões amorosas, descobre uma forma de tirar algum dinheiro à tia. Propõe-se fazer uma viagem para representar a senhora perante os religiosos da Terra Santa e trazer-lhe a absolvição de todos os seus pecados, antes da sua morte. Em Jerusalém vive como um fidalgo, envolve-se com uma prostituta e tem um sonho em que acredita ver a crucificação de Jesus Cristo. De regresso a Portugal Teodorico crê ter conquistado as boas graças da tia para quem traz uma relíquia que a redimiria de todos os pecados. Mas, quando ao invês da relíquia surge apenas uma camisa de dormir de uma prostituta, D. Patrocínio expulsa a pontapés o desafortunado sobrinho e, ao morrer, deixa todos os seus bens à sua adorada igreja.
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