Nuno Bragança
(Nuno Bragança)
Nuno Bragança - Escritor Português Rasgou a noite com um riso (A Noite e o Riso - romance 1969) numa experiência surrealista consegue, finalmente e já em adulto, num acto libertino devaneio em experiência de boémia, romper as linhas cortantes do sangue que tantos escritos queimaram. Finalmente despe o fato de marinheiro que lhe trajaram em criança e pendura-o no armário do quarto escuro da sua floresta. O romance denuncia a alma que se procura e se encontra em letras. Opõe-se ao Estado Novo num escrito em mala diplomática e prevê o que não se fez em gentes de hoje. (Directa - romance 1977). Mais um encontro nas suas viagens onde naufraga no caminhar deambular e se acha nas páginas desenhadas. (Square Tolstoi - romance 1981). A sua verdade desnudada em contos numa paragem que o liberta (Estação - contos 1984). Fez da vida a sua escrita percorrendo florestas negras encontrando o equilíbrio na euforia do saber caminhar em desequilíbrio. Quem com ele partilhou o ar solta (Do Fim do Mundo - novela 1990) no fim de uma viagem nesta vida, fica em nós a sua procura. Transcrevo - Nuno Bragança - A Noite e o Riso: "Estou sentado num dancing e tenho a mão ainda em volta de uma bebida de pressão de ar. Às vezes, acontece num sítio destes e em hora assim que o pecado original se derreteu num shaker, acabando-se a mortalidade infantil e a Polícia. Sinto essa harmonia. Por cima dos ombros cansados, como um xaile de leveza dum suspiro de gato. Pelas luzes das mesas e fumo nos olhos trotam as mais certeiras notas de piano. Ando a treinar-me para conspirador, e até deixei um Sancho no bengaleiro. Permitam-me, porém: que arregace outro género de mangas e talvez a minha noite não morra sem uma pitada de seriedade."
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