A Mulher Do Viajante No Tempo
(Audrey Niffenegger)
A Mulher do Viajante no Tempo Esta é uma belíssima história de amor, brilhantemente escrita, na qual uma menina conhece o amor da sua vida aos seis anos. Nesta narrativa, o tempo é como um novelo que se desenrola e volta a enrolar. O presente é vivido intensamente, porque o passado pode voltar a ser futuro, embora nada possa ser alterado. Ao nos embrenharmos mais na história, começamos a compreender o intrincado envolvimento da menina com o homem que será seu marido, os seus sonhos e fantasias face ao seu desconhecimento da realidade futura. A vida de Clare acompanha a passagem das estações, numa cronologia lógica e simples, tal como a conhecemos. Mas a realidade dele é bem diferente, Henry consegue ?pular?, viajar no tempo, por meio de um processo um tanto doloroso, para momentos por vezes já esperados, de forma maioritariamente involuntária. Raramente avança no futuro, a grande maioria das vezes vemo-lo regressar ao passado para estar com o seu eu mais novo, ensinando-o a sobreviver nesse modo de vida tão peculiar; para estar com Clare, vivenciando momentos saudosamente desejados; ou simplesmente para ver de longe a sua mãe ainda viva. A vida deste bibliotecário não tem um percurso fácil, tendo sobrevivido a um acidente brutal no qual assiste à morte da mãe, uma grande cantora lírica, segue um caminho tortuoso pelo vício do álcool e substâncias químicas. Mas o seu rumo altera-se quando uma mulher, ainda para ele desconhecida, lhe ?cai? nos braços, ansiosa por esse momento. Clare esperara toda a sua adolescência para o conhecer no seu presente. Sem dúvida foram feitos um para o outro e, de certa forma, isso influencia a sua forma de ver o seu modo de vida. Após o casamento tentam ter um filho, mas o médico de Henry diz-lhe que dada a sua condição genética é impossível ter descendentes. Mas Clare não se dá por vencida e enfrenta a obsessão crescente de querer ser mãe, intensificada pelos sucessivos abortos que a arrasam, salpicando o tempo de desespero. O ambiente entre o casal degrada-se, sendo por esta altura que ele visita mais vezes Clare na infância e na adolescência. O desespero e a angústia levam-no a fazer um vasectomia, impedindo ambos de voltarem a tentar. Mas em Clare surge um brilho novo no olhar, uma luz de esperança, quando se vê de novo grávida. Como é isso possível? Qual das versões do seu marido teria feito amor consigo na noite em que finalmente conseguiram conceber uma menina linda, que iria transportar os genes de ambos através do tempo, carregando o legado de seu pai? Nesta história sente-se que o tempo é como um ciclo vicioso, em que se sabe em que altura podemos voltar ao passado, dar pistas a nós mesmos para enfrentarmos a vida e as suas rudezas, e, revivermos os melhores momentos, como uma memória presencial que assiste ao vivo o que registou há um tempo incerto atrás. Mas isto claro, se tivéssemos o fantástico dom que Henry possui para o fazer. Quem não queria?
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