Guerra No Coração Do Cerrado
(Maria José Silveira)
Damiana Da Cunha Menezes é uma personagem forte na história de Goiás e do Brasil. Uma protagonista de histórias e da História. A inspiração metódica de Maria José Silveira nesta obra é, antes que exemplo, desafio a novos e calejados escritores. Há sempre a controvérsia das versões de dominados e dominadores. Vejam que Bush faz a guerra em nome da paz, que a CNN et caeterva insistem em chamar de violência no Iraque. Colonizadores têm os mesmo traços em qualquer período histórico: dizem o contrário do que pensam para enganar. Mentem desbragada e descarada_mente. Damiana reapresentada é uma pessoa, um ser humano, antes de mulher e índia, de uma cultura e um povo em tacape, lança e flecha submetidos ao aço e à pólvora, mais que à astúcia e à matreirice, que não se aproximam de modo algum da inteligência. Onde estão portugueses e espanhóis agora pode nos dar pistas de onde estarão em breve os colonizadores de hoje, entre eles os colonos-dos-colonos ingleses que, ambos, também dizimaram culturas locais de seres humanos (Não se deixe nunca de reler, ler e falar de Enterrem meu coração na curva do rio). Damiana grita em sofrimento e dor. Uma caypó que poderia ser traduzida para uma sioux; pelo onisciente narrador de Maria José, do português para o inglês. É Maria José quem diz: Essa é uma das poucas certezas que podemos ter sobre Damiana: para fazer o que fez, ela teria, necessariamente, que dominar os dois códigos culturais. Para atuar como mediadora, teria que ser respeitada pelos brancos e ser ouvida pelos cayapó-panará.A tragédia de sua história, no entanto, é que, por questões muito maiores do que ela, essa mediação só podia levar ao que levou: ao extermínio e fuga do povo cayapó-panará, e à vitória cruenta do colonizador. Damiana foi um símbolo da impossibilidade da convivência pacífica entre brancos e índios numa sociedade como foi a sociedade colonial. Quem se beneficiou, como já estava determinado pelas forças sociais em ação naquele momento, foi clara e exclusivamente o colonizador. O branco foi uma praga terrivelmente maléfica que caiu sobre os índios.
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