Fahrenheit 451
(Ray Bradbury)
A história decorre numa altura em que o mundo está organizado e a felicidade é obrigatória. Os bombeiros, guardas da ordem social, apenas têm a missão de queimar os livros, fonte de todos os perigos. E o papel só se incendeia quando atinge o grau de temperatura que dá o título à obra.Mas por encontrar Clarisse, uma jovem estranha e maravilhosa, Montag sente nascerem dentro de si pensamentos estranhos que o levam a roubar livros, em vez de queimá-los, e a lê-los. Tornado, assim, um foragido da Lei, passará a ser apenas um homem acossado por um cão-polícia mecânico e infalível.Nesta obra temos a síntese dos estados totalitários, controle da informação é controle da população. Evocando imagens da Alemanha nazi, onde também os livros foram alvo de perseguição e extermínio somos levados a uma questão que também têm o seu quê de contemporâneo: qual a distinção entre liberdade de expressão e a segurança do estado?Numa época em que temos presente a ameaça do terrorismo, a sempre presente lembrança do 11 de Setembro, devemos optar por barrar a nossa cultura a ?influências perniciosas??Todos os governos têm essa tentação, uns mais disfarçadamente do que outros, apenas porque essa contínua a ser uma fonte de poder. Se controlarem a informação que chega à sua população, conseguirão influenciar comportamentos e opiniões e controlar o povo. Felizmente que nos dias de hoje temos uma via de divulgação da informação como nunca existiu: a net. Contudo, já se ouvem rumores de ?controlo? de conteúdos da net ? deveremos deixar que isso aconteça?
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