Resumo de Avestruzes São Supersticiosas

Avestruzes são supersticiosas*Com este título neo-surrealista, pretende-se caracterizar uma situação social vulgaríssima muito antiga, existente ainda e actualmente nas praças e cafés portugueses das aldeias ou pequenas cidades de província.Estas praças todos os dias são visitadas por dúzias e dúzias de avestruzes. Aí permanecem horas a fio, estáticas; olhando umas para as outras e tendo sempre o seu enorme bico bem aberto; ou seja falam sem parar. Quando chega a hora do meio dia, dispersam-se; vai uma para cada lado, porque ninguém lhes traz aqui o almoço. Sabe-se que parte desta população de avestruzes não janta. Importante é estar acompanhado de bico aberto, falando, falando, falando sem nunca parar. O que dizem? rigorosamente nada! Que estilo utilizam? Ironia e brincadeira a cinquenta por cento intriga, bisbilhotice, superstição e inveja, nos outros cinquenta por cento de tempo.Anos e anos e todos os dias às mesmas horas se reúnem em grupos. Todas contraem um "stress" específico pelo facto de se conhecerem reciprocamente umas às outras. É o "stress" das avestruzes pálidas.Se algum pinguim novo se mete Com elas, ficam zangadas, irritadas, rogavam muitas pragas e ficam enraivecidas pra toda a vida, num amuo cínico insuportável. As gargantas ficavam roucas e inflamadas de tanto se criticarem mutuamente; as penas das suas asas caíem com o vento de podres; as patas ficam feridas de arterio esclerose, e devido ao facto de estarem sempre paradas e em pé, às vezes sentadas.* Pela Páscoa as avestruzes abriam caminho para deixar passar a procissão; mas algumas, teimosamente não se desviavam, para que passasse o andor e os peregrinos que iam atrás. Certo dia deslocou-se um veterinário a uma destas praças públicas: diagnosticou vertigem neurítica vulgar e porno neurítica e em quase todas as avestruzes, devido a contágio e empatia entre elas. Esta vertigem provocava instabilidade mental, emocional e intelectual, colectivamente. O Doutor chegou à conclusão que as avestruzes estavam psicologicamente ?mortas?, e esperavam com a sua permanência nestas praças a morte física, uma delas tinha este problema tão avançado que se censurava a si mesma, chegando a arrancar penas suas com os dentes, de tanta raiva que sentia por si mesma, quando não conseguia já ter raiva a mais ninguém* Uma outra avestruz satânica inventou uma lista escrita que continha todos os nomes de indivíduos símios que nesta praça de aldeia eram suspeitos de frequentar os bordéis do Estado moralmente decadente, quanto aos hábitos da sua comunidade tradicional. O caso complicou-se entre as esposas legítimas que reagiram de forma irritada à cabala caluniosa levantada; a igualdade de direitos entre homens e mulheres no trabalho, nos impostos e nos vícios estava perigosamente posta em causa de forma cínica e ardilosa. Os homens permaneciam indiferentes a estas coisas indiferentes, tal como ensinou O filosofo-imperador Marco Aurélio da cidade Estado mais célebre da antiguidade (145 D.C.).

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