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Riobaldo E Hitler
(Roberto Pompeu de Toledo)

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O escritor, Roberto Pompeu de Toledo, em seu Ensaio publicado na Revista Veja, de 14 de fevereiro último, transcreve anotações contidas no diário do maior escritor brasileiro do século XX, João Guimarães Rosa, quando o mesmo serviu na Alemanha, no período de 1938 a 1942, como cônsul adjunto em Hamburgo. Em quatro dessas notas, podemos vislumbrar como foi o início da perseguição do governo Hitler aos judeus na Alemanha. Em 23 de fevereiro de 1940, Guimarães Rosa escreve em seu diário que em Budweis, no sul da Bohemia, os judeus só podiam andar de bonde nas plataformas. Foi a primeira cidade a introduzir isso, completa ele; em 20 de setembro de 1941, relata que no dia anterior, havia começado a obrigação do uso de distintivo na roupa dos judeus; em 22 de outubro de 1941, conta que judias foram chorando ao consulado, por terem recebido a ordem de evacuação de Hamburgo, para o próximo dia 24. Horrível, escreve ele. Descreve, também, uma bizarra história: fora chamado por uma alemã de 90 anos, frau Wetterhuse, que tinha uma filha de nome Angelika, considerada, então, uma mischling, pois a senhora alemã fora casada com um judeu. Certamente, querendo salvar a filha, confidenciou ao jovem cônsul, que a mesma não era fruto de seu casamento, mas de uma relação extraconjugal que tivera com um brasileiro. Neste caso, nada pode fazer Guimarães Rosa, por absoluta falta de provas, entretanto, ajudou muitos judeus a sairem da Alemanhja, emitindo mais vistos para o Brasil do que as cotas estipuladas em lei. Por essa sua atuação ganhou o reconhecimento do governo de Israel. Esse Ensaio de Pompeu de Toledo - Riobaldo e Hitler - não teve somente o intuito histórico ao apontar, através das anotações de um diário, o começo do preconceito e perseguição aos judeus, mas, também, procurou mostrar que João Guimarães Rosa, que viria a tornar-se um dos maiores escritores brasileiros, mesmo em meio as bombas, destruição, morte, continuava sua literatura e Riobaldo, protagonista de seu mais importante livro, Grande Sertão: Veredas, deve ter sido criado na Alemanha de Hitler, naquele período triste, ao meio de muito medo.



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