BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


O Estrangeiro (parte1)
(Albert Camus)

Publicidade
Depoisde ler o Estrangeiro de Albert Camus nãose consegue dar uma descriçãodo personagem principal: Meursault. Qual será a sua identidadepsicológica? Percebe-se que suas açõesnão se associam aum centro decisório ou moral: faz cada coisa estando mais oumenos consciente: nãose pode dizer nem que ele tinha uma intençãodefinida, nem se pode dizer que ele nãotinha intençãonenhuma. Nem mesmo podemos chamá-lo de indiferente ...Oromance tem uma situação central (o homicídiocometido), mas não tem um valor principal, não existeali algo pelo qual se possa achar uma coisa melhor do que a outra;não há sequer um plano ou um objetivo. Um valor émostrado pelas reações das pessoas: observando asseleções feitas concluiríamos algo sobre aspreferências e os valores que lhe fundamentaram. Se soubéssemosos valores de alguém poderíamos prever os seuscomportamentos em certas situações. Podemos dizer queconhecemos alguém quando sabemos como reagirá, isto é,conhecendo seus valores. Entretanto, esta psicologia falha noconhecimento de Meursault, o ?estrangeiro?. Ele éincomunicável moralmente, é esquisito: nem ele mesmosabe por que fez ou não fez algo. E também nãoparece interessado em fazer esta pergunta. Aquitemos um contraste com Raskolnikov do Crime e Castigo de Dostoievski,que, por sua vez, tinha um objetivo e tinha um sentido manifesto nassuas ações:quando comete o seu primeiro assassinato tinha um objetivoanteriormente planejado. E, para isso, justificava-se para si mesmocolocando-se num plano de direito moral superior; acreditava emdesculpas que justificariam seus atos. Possuía uma defesamoral: uma ?segunda moral?, uma ?moral de Napoleão?,que valia somente para ele. Ele havia criado um personagem fictíciopara si mesmo, uma segunda realidade, que era falsa e, embora seacreditasse superior, havia se tornado inferior àhumanidade. Contudo, após tal exaltação,ele precisou cair, depois da realizaçãodo crime, passando por uma crise moral, até voltar ao nívelnormal do ser humano e, daí, converter-se ao cristianismo. OMeursault, por outro lado, está fora da realidade porque elaparece não lhe interessar. Ele é um estrangeiro emduplo sentido: como francês radicado na Argélia(pied-noir ou pé preto) e como alguém que,existencialmente, nunca está onde deveria estar, mas estásempre em outro lugar. Mas mesmo assim, apesar da supostaindiferença, parece sofrer, ou, pelo menos, há umaatmosfera desagradável ao seu redor, algo depressivo eopressor.



Resumos Relacionados


- O Estrangeiro

- O Estrangeiro (parte3)

- The Stranger

- El Extranjero

- El Extranjero



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia