Ano 1000 Ano 2000, Na Pista De Nossos Medos
(DUBY, Georges)
MEDOS DE ONTEM E DE HOJE O medo é um velho inquilino do coração humano. Nos primórdios, EM que o refúgio se limitava às paredes das cavernas, ao abrigo das intempéries e da fúria das feras, hoje o coração humano se sente, tanto quanto ou muito mais apreensivo nas selvas de pedras das megalópolis, onde campeia a violência e a vida se banalizou de forma assustadora. Se antes a lepra campeava, a segregar levas e levas desses enfermos renegados pela sociedade, hoje não menos assustadora é a Aids, o câncer, sem falar das doenças tropicais que dizimam populações inteiras, ou onde a fome se debruça sobre quase um continente, como é o caso da África. Se antes se temia o assalto de hordas invasoras na Idade Média, hoje o perigo se domesticou nas favelas de forma usual e contínua, com meliantes a semear a morte, com armas sofisticadas. O medo, esse velho companheiro - indesejável mas imanente na criatura humana, tem seus motivos e faz parte da vida, ainda que isto nos leve a tecer uma página sombria, mas da mais pura e evidente realidade. O homem, único animal consciente da própria finitude, sofre outrossim, não só com os fatos que lhe acontece, mas com aqueles que lhe assaltam a imaginação. O importante, em tudo, é acreditar na obrigação de ser forte e na absoluta necessidade de acender no mais fundo da alma a fé em um Poder maior do que quantos possamos imaginar em nossa embusteira jornada terrena.O mais difícil na vida humana, é que os momentos de tensão e perigo, apreensão e desespero são os que exigem de cada pessoa a resposta da fé. E, infelizmente, nesses momentos, a fé se torna mais difícil de ser pescada nas profundezas do rio da Alma. Mas basta buscar, que a fé está sempre ao dispor, como escudo, ou até mesmo espada para nos guardar e proteger.
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