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Fidel Castro, Do Subversivo Ao Estadista
(Claudia Furiati)

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Após a tomada da cidade de Santiago de Cuba (?Do menino ao guerrilheiro?, Claudia Furiati) os acontecimentos na ilha vão suceder-se a uma velocidade vertiginosa. A fuga de Batista deixa o país sem Governo e a luta pelo poder será travada na capital por três grupos: M-26, Segunda Frente do Escambray e Directório Revolucionário. EM nome deste, Faure Chomón e Rolando Cubela, ocupam respectivamente a Universidade de Havana e o Palácio Presidencial. Pelo M-26, Che Guevara e Camilo Cienfuegos tomam os aquartelamentos de La Cabaña e Columbia, sendo aqui que funcionará provisoriamente, a partir de 5/Janeiro/1959, o governo chefiado pelo presidente Manuel Urrutia, empossado por Fidel que entra em Havana a 8/Janeiro/1959 após reconhecimento pelos E.U.A. no dia anterior.O gabinete ministerial de Urrutia, resultante de uma coligação heterogénea de grupos opositores à ditadura deposta, é incapaz de fazer frente aos graves problemas emergentes e o espectro da guerra civil vai tomando vulto, com os corpos militar e policial a desintegrarem-se, a população aproveitando-se da momentânea desorganização para assaltar quartéis e roubar armas, os trabalhadores ameaçando uma greve geral. Em curso um mega-julgamento popular presidido por Fidel, iniciado a 22/Janeiro/1959, designado como Operação-Verdade, que irá decorrer durantecerca de um ano determinando a execução de 150 indivíduos conotados com o regime anterior e para os quais o povo pedia em exaltado uníssono: ?Paredón! Paredón!?... É o momento propício para Fidel-guerrilheiro dar lugar ao Fidel-politico-subversivo, porque na prática ele já personificava o poder.A 13/Fevereiro/1959, na sequência de uma crise ministerial é empossado Primeiro-ministro e faz promulgar, entre outras, as leis de reforma agrária, fiscal e tarifária; um programa de industrialização, aumento generalizado de salários e uma redução dos preços dos serviços públicos (água, luz e telefones) e dos alugueres de imóveis; promete eleições gerais no espaço de 18 meses e a reorganização dos partidos políticos em 8... Inicia ainda um processo de confiscação dos bens julgados como fruto do roubo ou negócio fraudulento, passando estes para a posse do estado. Obviamente que estas medidas eram contra os interesses dos detentores do poder económico, grande parte em mãos de ?trusts? norte-americanos que começam a exercer represálias e vai provocar novo êxodo de famílias burguesas, decisão que será tomada por 256.000 cubanos, durante os três primeiros anos da revolução, incluindo sua irmã Juana Castro. Para este êxodo não é alheio o facto da criação dos Comités de Defesa Revolucionária, criados em 1960 ( ?Annie, uma portuguesa na revolução cubana?, José Fafe).Desempenhará o cargo até 17/Julho/1959, momento em que vai renunciar por discordância com Urrutia acusando-o de ?imobilismo propositado?, originando o pedido de demissão do Presidente, que meses depois se exilará nos E.U.A. e a quem se sucederá Osvaldo Dorticós. A 26/Julho/1959 Fidel é novamente empossado Primeiro-ministro, ficando aberta a via para se rodear dos elementos que se identificam com os seus objectivos de governo, empossando Raúl Castro ministro das Forças Armadas e Che Guevara à chefia do importante e poderoso Instituto Nacional da Reforma Agrária (?Como se constrói uma lenda?, Martin Ebon).Simultaneamente ocorre um levantamento militar em Camaguey liderado por Huber Matos, antigo combatente na Sierra. Camilo Cienfuegos, um dos comandantes rebeldes mais carismáticos e amados do povo, irá convencer seu amigo e companheiro a render-se, o que consegue sem derramamento de sangue. Será esta a sua última vitória, porque morre num acidente de aviação quando regressa a Havana.Entretanto as relações cubano-norteamericanas entram numa espiral de degradação. A cada represália de uma das partes, correspondia a igual atitude da outra. Eisenhower que defendia o princípio que todas as nações das Caraíbas deveriam acomodar-se aos interesses da segurança norte-americana, a 3/Julho1960 suspende a importação de açúcar cubano e Fidel, a 6/Julho, nacionaliza todas as propriedades norte-americanas na ilha, declarando: ?Tirarão a cota, libra por libra, nós tirar-lhe-emos as fábricas, uma por uma...!?. Esta permanente tensão ?empurra? Cuba para a esfera de influência soviética e do Comecon. Em 3/Janeiro/1961 são cortadas as relações diplomáticas e a 20/Janeiro Kennedy assume a presidência dos E.U.A. ?herdando o projecto envenenado? da uma invasão, sob os auspícios da CIA e do Pentágono ( ?A baía dos porcos?, Haynes Johnson). Em 1962, com a crise dos mísseis colocam o mundo na iminência de uma guerra nuclear. O contínuo sucessório de crises -versões renovadas de David e Golias- que opuseram Fidel Castro a todos os presidentes norte americanos desde 1960 até à actualidade, projectaram-no para o primeiro plano da política mundial tornando-o, com especial ênfase a partir de meados da década de setenta, um líder paladino e arauto dos endividados países do terceiro mundo. Na ONU, na OEA, em qualquer organização mundial ou regional, do México à Argentina, do Haiti à República Dominicana, do Vietname ao Afeganistão, do Congo à África do Sul... onde for necessário combater o ?monstro capitalista? - segundo as suas palavras ? lá estará um político, uma arma, um militar um médico cubano...... e a mão de Fidel Castro-estadista. A História o registará !



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