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Folha Explica: 2001, Uma Odisséia No Espaço
(Amir Labaki)

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O pequeno livro FOLHA EXPLICA: 2001, Uma odisséia no espaço, de Amir Labaki, é um guia prático e eficiente para dentro do fantástico mundo do filme 2001: Uma Odisséia no Espaço, assim como do mais extraordinário ainda universo cinematográfico de toda a carreira desse grande mestre da sétima arte.
O livro de Labaki, assim como o filme de Kubrick, suscita mais perguntas que respostas, direcionando o leitor a pesquisa mais profunda da enorme gama de assuntos adjacentes que envolvem o filme. Apesar do caráter objetivo de ambos, haja vista existirem pouquíssimos diálogos no filme assim como Labaki não busca pormenorizar interpretações ou descrições, existe um caráter plural, elíptico e livre nos dois. A questão permanece em aberto, e a busca continua. Labaki, de forma concisa, busca pincelar todas as interpretações e pontos de vista, assim como o filme busca passar toda a informação a respeito de milhões de anos de história de forma imagética (em sinestesia com a música) e multifacetada. Os dois são objetivos, sabem claramente a que vieram, porém deixam toda a questão em aberto. A interpretação, busca e/ou conclusão, fica por nossa conta. Dessa forma é construído o diálogo com o leitor e o didatismo do livro. É um livro para todos, por transpassar diversos temas com eficácia. Não é preciso ser um iniciado em ciência, cinema, música ou filosofia para lê-lo. Labaki utiliza sua experiência como crítico de cinema e articulista da Folha de S. Paulo para reconstruir de forma didática e dirigida todos os passos de criação e produção intelectual envolvendo o filme, atentando para o trabalho em conjunto de Arthur C. Clarke e Stanley Kubrick, que resultou em livro, roteiro e filmes, em boa parte distintos entre si, mas com um mesmo eixo e propósito. Labaki também já foi editorialista, editor-assistente e correspondente cultural em Nova York pela Folha de S. Paulo, além de ter fundado o festival ?É tudo verdade ? Festival Internacional de documentários?, que dirige até hoje. Com essa bagagem, Labaki tece com sutileza os principais aspectos de produção e recepção do filme, ao mesmo tempo que descreve suscintamente o enredo e flerta com análise de significado.
No entanto, o que se pode dizer é que o principal tema abordado por Labaki é a repercussão e o caráter revolucionário da produção. Isso se pode notar na divisão temática de capítulos do livro, que perfazem seis ao todo. No primeiro capítulo, Kubrick pré-2001, Labaki traça um panorama da formação de Kubrick como cineasta, nos situando a respeito de como ele chegou ao pensamento e estilo cinematográfico mostrado em 2001, que se revelou característico e revolucionário ao longo de sua relativamente curta carreira. Já neste primeiro capítulo, Labaki lembra da paixão do jovem Kubrick por música, expressa em sua participação na banda de jazz da escola onde estudava, a Taft swing band. Aí, se mostrando um crítico consciente e atento, Labaki já classifica a trilha sonora na obra de Kubrick de fato revolucionária, tendo seu ponto alto de ousadia, inteligência e perspicácia em 2001. No 2º capítulo, O filme, o autor explica resumidamente o enredo do filme, faz um interessante contraponto com a descrição do próprio Kubrick e apresenta as três principais chaves filosóficas e mitológicas de interpretação do filme: a ligação com o épico grego de Homero Odisséia, com a teoria mitológica de Joseph Campbell e com a filosofia da evolução de Friedrich Nietzsche. Aí se encontra outra característica importante do livro ? ele fornece muitas fontes de informação, assim como apresenta as linhas de pensamento ligadas a elas. Essas fontes indicam o caminho a seguir para se conseguir dialogar com a obra, desenvolver nova tese e linha interpretativa. No 3º capítulo, A parceria, o tema central é a composição conjunta de Kubrick e Clarke, as diferenças entre roteiro, filme e livro, e as inúmeras mudanças ocorridas durante a produção. Nos três capítulos restantes, A recepção, O legado e Kubrick pós 2001, o assunto mais pungente do livro é tratado com mais atenção, a repercussão impressionante da obra, tanto na estética quanto na temática. Nesse ponto o autor utiliza diversas citações de críticos da época, positivas e negativas, transmitindo ao leitor o clima de rebuliço e frisson que o filme causou e ainda causa em crítica e público. Nos dois últimos capítulos, Labaki enfatiza a revolução provocada por Kubrick no filão de filmes de ficção cientifica e efeitos especiais, dando diversos exemplos de diretores e filmes que se inspiraram na revolução 2001.
Em síntese, o livro de Amir Labaki efetua um importante papel. Dentro da proposta já citada,o livroalcança com êxito seu objetivo: adentrar o leitor no mundo de Kubrick, tomando como exemplo máximo à obra prima 2001. O livro traça uma projeção para o futuro. Para o pesquisador que busca entender o todo para observar a parte. Para quem assistiu o filme e quer entender melhor. Para quem se interessa por ficção científica, cinema e filosofia. Para todos esses, o livro é um excelente ponta-pé inicial. O livro descreve, mostra as leituras interpretativas, o processo, dá fontes, localiza referências, mas não opina, muito menos conclui. O seu papel é demonstrar, convidar, ampliar. A explicação deve ser construída em nós, com a leitura pessoal que uma obra como 2001 ? a um só tempo hermética e ampla ? exige.



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