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Equador
(Miguel Sousa Tavares)

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Lisboa, decorre o ano de 1905. Sem grandes sobressaltos, el-rei D. Carlos governa Portugal, a república prepara a sua entrada na cena política.Luís Bernardo Vallença, burguês, trintão com esmerada educação, pavoneia-se junto às damas da sociedade lisboeta, sem aceitar qualquer compromisso. Ele é dono da Companhia Nacional de Navegação e, talvez devido aos seus negócios com África ? os seus navios fazem percursos regulares com aquele continente ? a política exercida naquelas paragens muito o afecta. Numa entrevista concedida a um conceituado jornal português, ele põe a nu algumas das grandes questões que abalam Portugal. A abolição da escravatura é, sem dúvida, o seu ponto de honra. para ele não pode haver ninguém, por mais poder que detenha, que seja ?dono? de qualquer ser humano. Defende as suas opiniões com fervor e exemplifica com o que Se passa em toda a Europa, com maior incidência na Inglaterra, donde a escravatura já foi erradicada, e faz finca-pé com os seus aliados nos negócios para que estes não utilizem mão de obra escrava no desenvolvimento das suas possessões.Certo dia, Luís Bernardo é confrontado com um inusitado pedido: Sua Majestade, El-Rei D. Carlos, convoca-o, em termos urgentes e imperativos, para se deslocar às cortes, que estão instaladas no Palácio de Vila Viçosa.Lá chegado, passa o dia em conversas de circunstância com a nobreza presente. à tarde, fazem-no entrar no gabinete do rei, que o surpreende com a veemência das suas palavras:- Tenho seguido a sua posição e opiniões políticas relativas à abolição da escravatura, no reino. Como sabe, em Portugal, e congratulo-me de o dizer, já não existe trabalho escravo, foi completamente erradicado, sem grandes problemas e a lei é cumprida. O mesmo talvez não se possa dizer do que acontece nas colónias, além-mar. Seja porque consideram que as leis não se lhes aplicam, seja porque os governadores ali presentes não têm a força para fazer seguir a lei do reino, o facto é que ainda não consegui levar adiante este intento. E agora tenho um ultimato às costas: A Inglaterra, um dos principais compradores do nosso café, ameaça deixar de nos comprar, caso o trabalho nas colónias continue a ser feito com recurso à escravatura. Tenho uma proposta a fazer-lhe e vou apelar para o seu patriotismo. Ofereço-lhe o cargo de governador de S. Tomé, para os próximos três anos, cuidando que é a pessoa mais capaz para fazer acabar a escravatura naquelas paragens. E peço-lhe uma resposta urgente, pois tenho de ter lá alguém daqui a um mês.Luís Bernardo não conseguia assentar os seus pensamentos. Como é que ele podia abdicar da sua tranquila vidinha, dos seus negócios, dos seus amigos, e partir para uma tal aventura, ainda mais sendo que, a realizar tal propósito, iria para uma ilhota, completamente isolada e perdida no meio do oceano. Mas o desafio era grande! Ele tinha agora a possibilidade de pôr em prática as suas ideias e mostrar aos poderosos que estava certo naquilo que defendia.Decidiu aceitar.O calor é asfixiante, o trabalho que tem pela frente é muito e o tempo escasso para tão grande obra.No seio de uma sociedade com vícios profundamente enraizados, antagonizado por todos, apaixonado pela mulher do seu melhor amigo e embaixador de Inglaterra naquele fim-de-mundo, conseguirá ele levar a bom termo o que se propôs fazer? Irá o rei apoiá-lo naquela empresa, que se prevê tão árdua como o sol que queima São Tomé?Um bom livro, uma trama bem constituída, recheada de factos históricos!



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