Cartas Na Rua
(Charles Bukowski)
Henry Chinaski é um pobre diabo que vive bêbado pelas ruas de Los Angeles. Depois de passar por dezenas de subempregos em mais de uma dúzia de cidades dos EUA, se emprega nos correios como carteiro temporário para entregar cartões de natal. Moleza pra quem já havia trabalhado em matadouros. Depois passa a carteiro estagiário. Começa bem, mas quando é transferido para a agência Oakford, cujo encarregado é Jonstone, um carrasco merecidamente apelidado de Stone, começa o inferno para Hank. os estagiários ficavam esperando que algum efetivo não viesse trabalhar para receberem alguma rota e só assim fazerem jus a algum pagamento. Stone reservava as piores para Chinaski. Toda rota tinha uma armadilha que só os efetivos conheciam e não contavam. Foi perseguido por cães raivosos e madames loucas. Sempre chegava atrasado e Jonstone o colocava no relatório. Hank tinha uma companheira, Betty, mais louca e alcoólatra do que ele. Betty era 10 anos mais velha. Mas era pro rabo dela que ele voltava quando Stone o sacaneava e não lhe dava serviço. Bebia a noite inteira com Betty e ia pro trabalho invariavelmente de ressaca. O correio era um emprego seguro, mas penoso e muitas vezes desumano. Hank assistiu G.G., um velho carteiro que levava balas para as crianças em sua rota e que foi acusado de abusar de uma menina por uma mãe desinformada de quem era o inofensivo G.G. Ele apenas deu um beijo na testa da garota elogiando sua beleza após lhe entregar uma bala. Stone não se ocupou em defendê-lo e o velho ficou lá parado como um zumbi sem conseguir colocar suas cartas na sacola. Depois de um tempo começou a chorar convulsivamente e foi levado pro refeitório. Depois disso nunca mais se ouviu falar nele. Por essas e outras, Hank resolve pedir demissão depois de 3 anos e meio. Joga nos cavalos e começa a ganhar o suficiente pra se manter ébrio e pagar as contas. Betty então lhe diz que essa situação não pode continuar, pois todos pensam que ela o sustenta. Ele argumenta que ela sabe que isso não é verdade, mas mesmo assim ela está decidida. Pega o velho carro, junta os trapos e vai procurar um quarto. Continua indo ao hipódromo e conhece Joyce, 23 anos (ele tinha 36), loura, texana, ninfomaníaca e rica. Casam-se em Las Vegas e vão para a cidade natal de Joyce, no Texas. Lá é tratado como o grande cara que conseguiu dar o golpe do baú. Faz o tipo pra tirar sarro. Joyce decide que ele tem que arranjar trabalho, pois não estava pegando bem. Vão pra uma casa nas colinas. A avó de Joyce preenche um rechonchudo cheque. Hank arruma emprego de estagiário despachante numa galeria de arte. Vai levando bem até que um colega cisma de assobiar uma música horrível durante horas, todos os dias, em seu ouvido. Ele tem dores de cabeça horríveis por isso. Então escuta que os correios estão contratando e lá está ele pela segunda vez. Só que como escriturário. Joyce também está trabalhando e começa a falar constantemente de um homem que usa um alfinete roxo no paletó. De como ele é gentil, bondoso e que sofreu tanto, perdeu a mulher... Chinaski diz que conhece o tipo e adverte que ela se dará mal. Passam a ter algumas brigas e ela sempre o comparando com o alfinete roxo. Até que no meio de uma trepada, toca a campainha, ele vai atender e recebe a notificação do divórcio. Volta pro quarto e estende para Joyce o papel. Ela então diz que foi quando estavam brigando. Ele pergunta: ?é o alfinete roxo?? ?sim, é o alfinete roxo ? responde ela?. Pega o carro e volta para as ruas de Los Angeles a procura de um quarto. Reencontra Betty, mas não é a mesma coisa. Passam o natal juntos e pouco tempo depois a encontra agonizando num hospital público. Morre de cirrose sem a assistência devida. As coisas vão se complicando, ele tem que decorar métodos complicados de conversões de ruas e fazer provas eliminatórias. Da turma que começou com ele, uns 200, restavam 17. Sua sorte aumenta com os cavalinhos e começa a ganhar cada vez mais. Pede uma licença e consegue quando ameaça pedir demissão.Vai pra perto da praia e do hipódromo, leva vida de rei, conhece Mary Lou, uma linda jovem. Descobre que era um golpe e quase é morto pelo comparsa dela. A grana acaba e também a licença. Volta pros correios, conhece Fay. Uma hippie maluca que vive em rodas de escritores. Chinaski apesar de escrever, odeia essas companhias. Nasce então, Marina Louesie. Mais uma vez é abandonado por uma mulher. Mas dessas vez é Fay quem sai e leva a menina pro México. Consegue criar um método pra decorar os manuais. Dos 200, agora sobram apenas 2. Ele não para de sentir dor. Um médico vai vê-lo, mas não o dispensa do trabalho. Depois de 11 anos pede demissão dos correios dos EUA pela 2º vez. Entra em depressão, bebe sem parar, chega a colocar uma faca no pescoço, mas pensa na filha e desiste da idéia. Fica duas semanas sem comer, acha que vai morrer. Um dia recebe a visita de um casal vizinho. O cara diz que trouxe a garota pra transar com ele. Ele diz que não tem condições. Saem, se divertem, ele bolina a menina, se sente mais vivo.
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