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Fina Prosa Crítica (fim)
(Lúcio Jr)

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Para encerrar esse comentário a respeito de Fina Prosa Crítica falando sobre algo em moda na atualidade, lembro o último grande feito de Roberto Schwarz: ele indicou para a publicação, pela Companhia das Letras, o romance Cidade de Deus, do ex-favelado Paulo Lins, um romance violento, com pouco humor e longo; tratava-se, no mais, de um romancista iniciante, embora já acadêmico experiente na área de Ciências Sociais. A indicação foi claramente decisiva para sua publicação. O romance mostrou-se um grande sucesso, vindo a tornar-se um filme igualmente bem sucedido em termos de público e crítica, o que é raro no país; ainda chegou a concorrer como melhor filme estrangeiro em Hollywood, tendo perdido a competição, mas ganhou uma boa possibilidade de divulgação em termos mundiais. Creio que dificilmente algum outro crítico brasileiro alcançou tão alto triunfo, tão grandes conseqüências em uma aposta alta como essa. Faço, então, uma associação lembrando um ?caso? literário: Antonio Candido, mestre de Schwarz, também indicou pelo menos um autor bem sucedido no passado: Tito Batini. Tratava-se do livro de alguém de origem humilde, um ?ferroviário que queria escrever?, como dele disse Oswald. Oswald de Andrade desentendeu-se com Batini, julgando sua obra ainda imatura, e Candido acusou Oswald de criticar sem analisar. No entanto, seu tempo o contrariou: Batini ganhou inúmeras críticas favoráveis, foi traduzido e incensado, como registrou Oswald em Ponta de Lança: ?O seu volume foi apadrinhado pelo guerrilheiro Rubem Braga, premiado por Diretrizes, traduzido pelo sr. Putnam...Se houvesse prêmio Nobel, ele não escapava!?A propósito do tipo de iniciativa crítica que Candido fez no passado, e que Schwarz realiza hoje em dia, deixo a pergunta: quem lê, hoje, Tito Batini? Quem sabe quem foi ele? Por que Candido e Schwarz, que são vivos e ainda produzem, não escrevem ensaios sobre essa figura? Será esse o destino de Paulo Lins?Bom, por enquanto não acho importante alongar mais essa carta. Entre a esperança e a ânsia, aguardarei que estejamos comentando avidamente Cidade de Deus, de Fernando Meirelles, lá pelo ano de 2045, assim como estamos discutindo O Desafio quarenta e dois anos depois de seu lançamento.



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