Eragon
(Christopher Paolini)
É inegável a influência da obra de J.R. Tolkien (O Senhor dos Anéis) na cultura mundial. E, depois que Peter Jackson transformou os livros em linguagem cinematográfica de forma tão competente, fica difícil não pensar em O Senhor dos Anéis ao ver filmes como Eragon. Mesmo assim, seria injusto aprofundar essas comparações, pois são produções com propósitos e inspirações diferentes. Aqui, temos uma aventura épica juvenil ? que anda fora de moda desde os anos 80, quando Se produziu alguns clássicos do gênero, como História sem Fim (1984), Labirinto ? A Magia do Tempo (1986) e A Lenda (1986) ? baseada na Trilogia da Herança, obra literária de Christopher Paolini, que tem 22 anos e alguns best-sellers no currículo.
O Eragon do título é interpretado pelo novato Edward Speleers. Sobrinho de um fazendeiro de Alagaësia, ele tem 17 anos e vive num reino tomado pelo governo totalitário do rei Galbatorix (John Malkovich). No passado, ele foi um Cavaleiro de Dragões, mas, ao tomar o poder à força e destruir toda a classe, reina absoluto, espalhando o terror por todos os cantos do seu reino. Quando as forças do império, comandadas pelo feiticeiro e braço direito do rei Durza (Robert Carlyle), atacam o único grupo de rebeldes dentro de Alagaësia, os Varden, cabe a Eragon cumprir a profecia e trazer de volta a época na qual os Cavaleiros de Dragões cuidavam da paz em Alagaësia. Com a ajuda do dragão Saphira (dublada na versão original por Rachel Weiss), ele luta contra seus próprios medos para cumprir com sua função.
O roteiro de Eragon é bem simples. Baseado no primeiro livro da trilogia de Paolini, o filme tem um público bastante específico: deve despertar interesse nos que tem entre 12 a 17 anos, aproximadamente. O roteiro é bem direto, fazendo com que o filme seja uma espécie de O Senhor dos Anéis com menos complexidade. Esteticamente, as duas produções são bem parecidas, especialmente em se tratando da composição da geografia dos reinos onde ambas se passam. O figurino e a fotografia também são similares. O mesmo pode ser dito em relação aos efeitos especiais. O que não é surpresa, já que este trabalho em Eragon foi feito pelos mesmos responsáveis dessa área nos filmes de Peter Jackson, a IML (Industrial Light and Magic, de George Lucas) e WETA Digital (de Jackson). O ápice da ação nesta produção, durante o embate entre o exército do império e os rebeldes, é um verdadeiro espetáculo de efeitos especiais, bem como a composição do dragão Sophia. Esse trabalho é essencial para que o mundo fantasioso criado pelo escritor tenha sido devidamente transportado à tela.
O trabalho na produção de Eragon foi bastante focado nos efeitos especiais e com razão. Além de ser uma história fantasiosa, é o primeiro longa dirigido por Stefen Fangmeier que, trabalhando na IML, foi responsável pela supervisão dessa área de diversas produções, como O Exterminador do Futuro 2 (2001), Jurassic Park (1993), Twister (1993) e Desventuras em Série (2004). Portanto, em sua estréia como diretor, ele deu bastante ênfase nesta área. Mas também merece destaque a composição do protagonista, bastante interessante: não bastando carregar a responsabilidade de cumprir uma profecia que salvará seu reino. Eragon ainda deve lidar com o excesso de confiança e imaturidade típicos de sua idade. Mas, apesar de Edward Speleers não decepcionar em seu primeiro trabalho, percebe-se que outros atores muito mais experientes não foram bem aproveitados, principalmente na composição dos vilões, interpretados por Malkovich e Carlyle. Especialmente em se tratando de Malkovich, que está gritando e fazendo caras de mal nas poucas vezes em que aparece.
No fim das contas, Eragon funciona bem pelo que propõe: trata-se de um leve e caprichado entretenimento para o público mais jovem. Nada demais, especialmente para o público adulto, mas consegue cumprir suaproposta.
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