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Bestiário
(Gláucia de Souza)

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A obra chamada ?Bestiário?, escrita por Gláucia de Souza e ilustrada por Cristina Biazetto, foi publicada pela Editora Projeto e conta com 72 páginas ao todo, com poesias que remetem à idade média, tempo em que todos os animais reais e mitológicos eram catalogados em bestiários, na sua maioria por religiosos católicos no intuito de explicar os dogmas cristãos, e incluíam, geralmente, uma lição de moral em cada besta ilustrada. Explorar a obra de Gláucia de Souza é como entrar para o mundo que já fez parte do real-imaginário do homem medieval e que, hoje, fascina a qualquer um. Quem não se encanta com as histórias dos mitos antigos? Quem nunca encarnou um herói que vai enfrentar uma besta para salvar o povo ou uma crença? Essas histórias fazem parte de muitas culturas e, embora, não esteja exatamente ligada com a nossa, também nós já conhecemos um pouco desse mundo. Essas lendas fazem parte do passado do homem que se construiu em cima dessas culturas e crenças até ser o homem de hoje. O ?Bestiário? de Gláucia aproveita o antigo gênero para criar um novo, recontando e catalogando os animais e bestas de uma nova maneira, um estilo poético e enigmático que exercita o intelecto do público, principalmente jovem, que se deixa envolver por esse mundo fantástico. O sucesso dos atuais RPGs (Role-playing Game) que aproveitam esses cenários mitológicos são uma prova do fascínio dos jovens por esse universo. Desde a capa até a letra e as cores utilizadas, tudo faz lembrar os livros medievais. A capa tem uma tarja com uma cor marrom que lembra as antigas tarjas de tecido que eram utilizadas nos livros antigos para a proteção. As folhas são de papel reciclado que têm, por sua natureza, uma cor amarelada, parecendo antiga. Cada número de página é decorado com um desenho que lembra um basilisco, figura mítica que foi omitida no catálogo do livro de Gláucia, retratada, nos mitos antigos, como uma serpente gigante com a cabeça de galo e o corpo de cobra, com uma crista vermelha na cabeça (símbolo de sua realeza entre as outras serpentes) e os olhos amarelos, que matam instantaneamente quem os ver. O basilisco é, certamente, uma figura maligna, mas não foi empregado por ser uma figura oposta ao bem no sentido de catequizar quem ler o livro, partindo dos princípios iniciais dos bestiários antigos. O livro não tem a presunção de catalogar demônios e facilitar os sermões dos religiosos, pelo contrário, é possível sentir na poesia de Gláucia que ela incorpora cada besta e o pessoaliza. Cada poesia necessita de um contato prévio com a lenda inicial, pois intertextualiza não só os suportes antigos, mas os contos também e faz a cada um que o ler, encarnar a figura mítica como se fizesse parte de si, tomando o contexto em seu interior. O prefácio, escrito por Ricardo Albuquerque Arnt, tem a função de introduzir ao leitor esse gênero antigo e sua função no mundo medieval em contraste com a nova proposta de Gláucia. Já o Glossário, na última parte do livro, traz pequenos resumos das figuras que podem ser desconhecidas ao leitor e que, por isso, são importantes para que haja o pleno entendimento. Ler o ?Bestiário? foi uma experiência prazerosa em todos os sentidos. Tentar descobrir cada enigma em cada poesia e em cada ilustração é como tentar compreender cada sentimento de cada pessoa em diferentes situações e pensar que as bestas não deixam de ser humanas já que saíram da imaginação e da capacidade humana de criar e transcender ao que é real.



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