As Intermitências Da Morte
(José Saramago)
A Morte apaixona-se por um violoncelista
Neste romance do nobel José Saramago, a Morte é de carne e osso... De repente, ninguém morre... A morte deixa de trabalhar... Nem os moribundos, que como se costuma dizer, estão às portas da Morte, passam o umbral... O caos instala-se neste estranho país onde toda a gente deixou de morrer para viver eternamente.
Os problemas acumulam-se: as famílias têm de suportar, ad infinitum, os seus entes queridos em casa, a velhice universal alastra, as companhias de seguros e as agências funerárias vão à falência, até que uma pobre família rural decide levar o avô, moribundo, até à fronteira, para além da qual tudo se processa normalmente, isto é, do outro lado, a Morte não tirou férias.
A notícia, à velocidade de um tiro,alastra por toda a região, que por sua vez, alastra ao país. Resultado: toda a gente passa a fazer o mesmo! Enterram-se, aos milhares, corpos de homens, mulheres, crianças e idosos do outro lado da fronteira, até que o governo deste país se chateia e constrói, sob acção das armas, um muro à volta do caminho limitrofe que separa estes dois países. Resultado: as agências funerárias regozijam, pois não têm mais de passar a vida a enterrar gatos e canários.
De súbito, lá dos confins das entranhas da Terra, onde a Morte habita, é emitida uma carta, redigida pelo próprio punho da morte, que diz que tudo vai voltar ao início, isto é, vai continuar a morrer-se, tal qual como sempre. Mas com uma alteraçãozita: a Morte vai passar a alertar os futuros defuntos, 8 dias antes da passagem para o outro Mundo! Mas a Vida troca as voltas à Morte, ao fazê-la apixonar-se pelo único ser ao qual não conseguiu ceifar a Vida... O romance termina tal qual como começou...
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