Três Métodos Simples Para Escolha De Ações
(Benjamin Graham)
Se os gráficos, dicas de analistas e o pensamento apócrifo lhe deram prejuízos no mercado, leia esse resumo.Uma palestra feita em 1975 por graham para jovens administradores de fundos e analistas de mercado, resume de forma magnífica não só a sobriedade atingida por ele na interpretação de dados financeiros, mas também a solidez de sua conduta emocional e ética frente às variações do humor do mercado. Esse texto não é disponível com facilidade, e faz bem o leitor atentar a esse resumo detalhadamente, apesar de este velejar longe do estilo forte e surpreendente deste homem que na época já contava com mais de 80 anos.Graham faz um estudo de mercado analisando o índice Dow Jones, o índice Value Line Composite e as oscilações da Bolsa de Nova York, formulando a pergunta que não consegue calar: que método simples poderia ser desenvolvido a partir do comportamento do mercado que pudesse trazer lucros prospectivos?Sua resposta é que deve haver um método, e que para ser lucrativo deve atender a 3 critérios: ***1. deve ser lógico ou pelo menos aceitável, ***2. deve ser de fácil aplicação e ***3. deve oferecer um resultado satisfatório se analisado retrospectivamente.A seguir, Graham explica que o método de sucesso utilizado por ele na Graham e Newman Associates durante 35 anos, que consistia em comprar as chamadas pechinchas (ações bastante abaixo do valor de seu capital de giro), não era factível em mercados de alta como ocorreu em 1949 porque o mercado não oferecia quantidades suficientes dessas 'guimbas-de-cigarro'.O autor montou então 3 métodos para estudo: (sem intersecção, OU um OU outro)*****I(método 1). selecionar empresas cujo índice (lucro por ação)/(preço da ação) fosse superior a duas vezes o rendimento de um fundo de classificação Aaa pela Moody's, e que esse índice lucro/preço não fosse nunca inferior a 10%.*****II(método2). todas as ações vendidas abaixo do valor patrimonial eram escolhidas para compra.*****III(método3). critério de mercado: comprar as ações cujo preço atual fosse inferior a 50% do valor máximo nos último dois anos. Para cada método, ao longo de 2 anos eram escolhidos 30 ativos que satisfizessem o critério específico. Cada ação era mantida em carteira e era vendida quando atingisse 50% de valorização, ou quando completasse dois anos de idade na carteira, nesse último caso era vendida mesmo com prejuízo. A conclusão é que, com qualquer um dos métodos, é possível obter um rendimento 5% acima dos índices Dow Jones Industrial Average e Value Line Composite, e um rendimento de 5% a 15% acima de qualquer carteira escolhida aleatoriamente na Bolsa de Valores de Nova Iorque. Sobre os 3 critérios usados nos métodos acima, Graham acrescenta que é inútil associar um critério a outro, porque tal atitude, na prática, não levou a resultados melhores e em muitos casos trouxe resultados inferiores à utilização de cada critério exclusivamente. Além disso, havendo mais de 30 ativos ao longo de 2 anos para o critério escolhido, o investidor deve preferir aquelas que atendam o critério e que possuam maior solidez financeira sob o ponto de vista de débitos e aquelas que paguem maiores dividendos. . Por último e brevemente, o artigo nega a utilidade do índice beta (de risco - Markowitz-Sharpe ), considerado altamente matemático, mas cujos fatores humanos envolvidos na obtenção do lucro esperado, necessário para o cálculo, tornam-no uma estimativa tão falível quanto os próprios sentimentos humanos. Nada de gráficos, nada de tentar prever o futuro.
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