Recordações Do Escrivão Isaías Caminha
(Lima Barreto)
É um livro com forte crítica à sociedade hipócrita e preconceituosa e a imprensa . O jovem Isaías Caminha, menino do interior, tomou gosto pelos estudos através da desigualdade de nível mental entre o seu pai, um ilustrado vigário, e sua mãe. Admirava o pai que lhe contava histórias sobre grandes homens. Esforçou-se muito nas instruções e pouco brincava. Tinha ambições e um dia finalmente decide ir para o Rio fazer-se doutor: Quantos direitos especiais e privilégios, esse título lhe daria. Podia ter dois ou mais empregos apesar da Constituição; teria direito à prisão especial e não precisava saber nada. Bastava o diploma. Aconselha-se com o tio Valentim. Este visita o Coronel Belmiro, chefe eleitoral local, que redige uma carta recomendando Isaías para o Doutor Castro, deputado. Segue paro o Rio com algum dinheiro e esta carta. Instala-se no Hotel Jenikalé, na Praça da República e conhece o Senhor Laje da Silva - diz ser padeiro e é incrivelmente afável com todos, em especial com os jornalistas. Através dele conhece o doutor Ivã Gregoróvitch Rostóloff, jornalista de O Globo, romeno, sentia-se sem pátria e falava 10 línguas. Vai assim conhecendo o Rio de Janeiro. Decide procurar o Deputado Castro para conseguir seu emprego e poder cursar Medicina, porem não consegue falar com o Deputado Castro. Com o dinheiro no fim, sem emprego, recebe uma intimação para ir à delegacia. O hotel havia sido roubado e prestava-se depoimentos. Ao ouvir as palavras do Capitão Viveiros se o mulatinho já tinha aparecido Isaías sente se diminuído. qualidades, o. Levado a presença do delegado, começa o interrogatório, ele informou que era estudante chamando Caminha de malandro e gatuno, que, sentindo num segundo todas as injustiças que vinha sofrendo chama o delegado de imbecil. Foi para o xadrez. Passa pouco mais de 3 horas na cela e é chamado ao delegado. Este se mostra amável, tratando-o por filho, dando-lhe conselhos. Caminha sai da delegacia e decide mudar-se também do hotel. Passa a procurar emprego mas na primeira negação percebe que devido a sua cor seria muito difícil se ajustar na vida. Passa dias perambulando pelas ruas do Rio, passando fome, vendendo o que tinha para comer algo, até avistar Rostóloff que o convida para dar um passada na redação de O Globo , onde passa a trabalhar como contínuo. É descrita minunciosamente os funcionamentos da imprensa carioca. Todas as características dos grandes jornalistas, do diretor aos demais redatores e jornalistas são explicitadas de maneira cruel e mordaz. O diretor é retratado como ditador, temido por todos, com apetite de mulheres e prazer, visando somente ao aumento das vendas do seu jornal.A tônica de O Globo era a crítica acerba ao governo Isaías se admira com a falta de conhecimento e dificuldade para escrever desses homens que nas ruas eram tratados como semi-deuses e defensores do povo. Por este tempo, Caminha havia perdido suas grandes ambições e acostumava-se com o trabalho de contínuo tenha. Certa noiite, volta entusiasmado de uma apresentação de música e vai escrever a crônica para o dia seguinte. Após algum tempo, o paginador o apressa. Ele manda esperar. Floc tenta escrever o que viu e ouvira, mas seu poder criativo é nulo, sua capacidade é fraca. Ele se desespera. O que escreve rasga. Após novo pedido do paginador, ele se levanta, dirige-se a um compartimento próximo e se suicida com um tiro na cabeça. Estando a redação praticamente vazia, o redator de plantão chama Isaías e pede para que ele se dirija para o local onde Ricardo Loberant se encontra e jurasse que nunca diria o que viu. Isaías vai ao local indicado e surpreende Loberant e Aires d'Avila numa sessão de orgia e os chama apressadamente para o jornal. Loberant passa então a olhar com mais atenção a Isaías e o promove até repórter. Divide confidências e farras. Isaías ganha a proteção e dinheiro de Ricardo Loberant. Depois da euforia inicial, Isaías se ressente. Lembrava-me de que deixara toda a minha vida aoacaso e que a não pusera ao estudo e ao trabalho com a força de que era capaz. Sentia-me repelente, repelente de fraqueza, de falta de decisão e mais amolecido agora com o álcool e com os prazeres... Sentia-me parasita, adulando o diretor para obter dinheiro... Valor literário entenda-se como o vigente naquela época, do escrever bonito e empolado, gramaticalmente correto, em busca de palavras desconhecidas em empoerados dicionários, em busca da forma. Literatura era tudo, menos comunicação e arte.
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