Os Miseráveis
(Victor Hugo)
Os miseráveis pode ser a maior novela jamais escrita! Enquanto Os seus detractores criticaram o seu enorme tamanho, o seu romantismo sem esperança e ostentação de moralismo, é uma história de amor, dedicação e humilde nobreza de absoluta primeira classe. A interminável trama desenrola-se em torno de Jean Vljean um homem pobre, mas de espírito nobre, preso muitos anos antes do início do livro, por roubar uma fatia de pão. Acompanha-o enquanto ele cresce em estatuto económico e social, depois de uma generosa doação de um padre, e depois arrisca tudo para salvar o namorado da sua filha adoptada. Contraponto a tudo isto está o Inspector Javier que passa a vida à procura do criminoso Valjean, apenas para perceber mais tarde que é o mesmo nobre que salvou o rapaz. O espaço está quase para além da imaginação, vagueando-se dos esgotos de Paris até à batalha de Waterloo. Hugo está tão interessado em vaguear por notas laterais, que a dado ponto pára a narrativa para explicar que os escrementos dos esgotos parisienses era desperdiçados enquanto que as pessoas na China levavam baldes de escrementos humanos das cidades para as suas quintas para serem usados como fertilizante. A novela é plena de consciência de que muitas da humanidade vive em estado de miséria, daí ?os miseráveis?. Uau! Tudo isto e reformista social! De facto ele era membro do Parlamento Francês a dada altura. A versão que li, traduzida por Lee Fahnestock e Norman MacAfee foi ao mesmo tempo difícil e recompensadora porque deixaram muitas expressões francesas específicas que Hugo usou para providenciar o sabor e o contexto da história. Assim, a moeda corrente é o ?sous? e os miúdos de rua são os ?gamin?. Uma história realmente maravilhosa, se a conseguir ler.
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