Musashi
(Eiji Yoshikawa)
Musashi Recentemente li Musashi, livro de Eiji Yoshikawa. Para resumir: 1800 páginas de pura emoção. O livro é estruturado em três partes, divididas em pequenos capítulos, o que facilita a leitura e dá um ritmo completamente atual ao livro. O que se narra é a história de um samurai, mas não de um samurai qualquer, mas de um que realmente se dedicou aos princípios de sua arte e tentou reger seus passos pelo caminho da espada. No decorrer desse aprendizado o jovem intempestivo Takezo se torna Musashi, o que, para nós, ocidentais, pouco significaria, mas ambos os nomes são as variantes de pronúncia e de significado do mesmo conjunto de ideogramas em japonês. Não é um livro apenas sobre a violenta vida dos guerreiros; é uma história da cultura nipônica. Um dos pontos bastante visitados é o do respeito aos ancestrais, que são cultuados praticamente como divindades. Musashi é a busca pela formação completa do guerreiro, que deve ser útil mesmo em tempos de paz, por isso, além de se dedicar à espada, deve dedicar-se também às outras artes. Em sua jornada de aprendizado, o protagonista aprende a importância de sentir o prazer de todas as coisas, mesmo das pequenas. A cerimônia do chá, o sumi-e, a música, a escultura, a caligrafia, a prática do zen, tudo para fazer do homem um indivíduo completo. Um guerreiro completo é uma pessoa completa, preparada para embates físicos, ou para apreciar uma flor no jardim, ou compreender a beleza e a dificuldade de uma escultura. Há no jovem Musashi a ânsia de resgatar a tradição de seus antepassados e de buscar por valores universais, que possam ser aplicados em seu aperfeiçoamento. Neste caminho, observa tudo e de tudo tira uma lição para seu aperfeiçoamento pessoal. Paralelamente ao mundo masculino de batalhas e lutas, transcorre a história amorosa de Musashi, a história de um amor sereno, paciente e, ao mesmo tempo, abrasivo. Durante todo o livro, o homem está no centro de sua história. Há, pelo menos, dois caminhos a escolher; Musashi opta sempre pela honra e pelo caminho da espada. Muitos, que com ele iniciaram a jornada, acabam perdendo-se nos labirintos dos vícios que a vida lhes concede. O valor do talento é reconhecido, mas colocado em seu devido lugar, isto é, abaixo da vontade e da dedicação.
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