Diário De Um Ladrão
(Jean Genet)
Diário de um ladrão é uma autobiografia, lançada em 1949, pelo parisiense Jean Genet (1910-1986). Ele é criado por pais adotivos em uma fazenda, mas um roubo o leva à casa de detenção para menores de Mettray, da qual foge aos vinte e um anos de idade. A partir daí seu legado está definido, pois, um ano depois, passa a adotar o crime. O ladrão começa a prostituir-se e, prostituindo-se, transcende o erotismo e a transgressão, passando a integrar o submundo da marginalidade. A masturbação é uma constante, tanto nas celas ? sozinho ou quando se relaciona com os policiais ? quanto fora delas. Poeta, ladrão e pederasta, Jean, com uma linguagem poética e crua ? no sentido da apresentação dos eventos ? revela e mergulha no mundo do sexo, da pederastia, dos cafetões, das prostitutas, dos homossexuais e dos travestis imbuindo-lhes o espírito de heróis. Sua prostituição não é apenas um ato de vender o corpo para obter dinheiro ou para roubar seus fregueses ? alguns destes, marujos ingleses ou holandeses ?, pois muitas destas vezes Genet apaixona-se e mantém casos amorosos. Às vezes com os cafetões, outras com os clientes, porém, os laços são evidentes: Jean ama. A maior parte de suas observações giram em torno de quatro homens: Salvador, que é mendigo com ele, em uma relação amorosa que dura seis meses, mas pelo qual Jean tem apenas um forte amor fraternal; Stilitano, homem forte, alto, maneta e com um escarro branco viscoso inigualável; Armand, um homem rude, mas que sexualmente o realiza ? isto, antes de o abandonar e ficar com Robert; e Lucien, um rapaz que entrega-se totalmente à adoração de Genet e que, diferentemente de seus outros amantes ? que ele chama de amigos ? necessita de seus beijos, chora por seu amor, acaricia-lhe ao extremo: precisa dele para viver. Muitos outros são os homens que cruzam o seu caminho e com os quais ele copula. São julgados tão importantes que Genet chega a ponto de registrá-los em sua autobiografia. Entre eles estão pelo menos: Bob, Java, Guy, Michaelis Andritch, René, Maurice Pilorge e o inspetor Bernardini. Os amores são a essência de Jean Genet! Genet ama, trai, rouba, vai e volta para a cadeia, enfim, não sabe viver se não for neste seu próprio mundo. A beleza da pederastia, da traição e do furto o envolve por completo.
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