Quem Tem Medo De Escuro ?
(SHELDON, SIDNEY)
Sonja Verbrugge não fazia idéia de que esseseria o último dia da sua vida. Estava abrindo caminho pelo mar de turistas deverão que inundava as calçadas do Unter der Linde. Não entre em pânico,disse a si mesma. Você precisa ficarcalma.O aviso de Franz pelo computadortinha sido aterrorizante. Fuja, Sonja! Vápara o Hotel Artemisia. Lá você estará segura. Espere até receber notíciasde...A mensagem havia parado de repente.Por que Franz não tinha terminado? O que estaria acontecendo? na noiteanterior, ouvira o marido dizer a alguém no telefone que Prima deveria serdetida a qualquer custo. Quem era Prima?Frau Verbrugge iachegando perto da Brandenburgische Strasse, onde ficava o Artemisia, o hotelque só hospedava mulheres. Vou esperarFranz lá, e ele vai explicar o que está acontecendo.No momento em que chegou à esquina seguinte osinal de trânsito ficou vermelho, e quando parou junto ao meio-fio, alguém namultidão esbarrou nela e Sonja foi parar na rua. Verdammt Touristen! Uma limusine que estava estacionada em filadupla moveu-se de repente em sua direção, esbarrando apenas o suficiente paraderrubá-la. Pessoas começaram a se juntar em volta da mulher.- Ela está bem?- Ist ihr etwas passiert?- Peut-elle marcher?Nesse momento uma ambulância que ia passando parou.Dois enfermeiros vieram correndo e assumiram o controle.- Nós cuidamos dela.Sonja Verbrugge viu-se sendo postana ambulância. A porta se fechou, e Um instante depois o veículo partiu a todavelocidade.Ela estava amarrada numa maca,tentando se sentar.- Eu estou bem - protestou. - Nãofoi nada. Eu...Um dos enfermeiros se curvou sobreela.- Está tudo bem, Frau Verbrugge. Apenas relaxe.Ela o encarou, subitamentealarmada.- Como você sabe o meu...Sentiu a picada de uma agulhahipodérmica no braço, e um instante depois entregou-se à escuridão que aesperava.PARIS, FRANÇAMark Harris estava sozinho no deque deobservação da torre Eiffel, sem perceber a chuva forte que redemoinhava aoredor. De vez em quando um raio atingia as gotas de chuva transformando-as emcachoeiras de diamantes.Do outro lado do rio Sena ficava ofamiliar Palais de Chaillot e os Jardins do Trocadéro, mas ele não prestavaatenção. Sua mente permanecia concentrada na notícia espantosa que estava paradar ao mundo.O vento tinha começado a chicoteara chuva, transformando-a num turbilhão frenético. Mark Harris protegeu o pulsocom a manga e olhou o relógio. Eles estavam atrasados. E por que tinham insistido num encontro aqui, à meia-noite?Enquanto pensava nisso, ouviu a porta do elevador da torre se abrir. Doishomens iam na sua direção, lutando contra o vento úmido e feroz.Quando os reconheceu, Mark Harrissentiu um alívio.- Vocês estão atrasados.- É a porcaria desse tempo, Mark.Desculpe.- Bom, vocês chegaram. A reunião emWashington está confirmada, não está?- É sobre isso que temos de falarcom você. Tivemos uma longa discussão hoje cedo sobre o melhor modo de lidarcom isso, e decidimos...Enquanto os dois falavam, o segundohomem tinha passado para trás de Mark Harris, e duas coisas aconteceram quasesimultaneamente. Um objeto pesado e rombudo bateu em seu crânio, e um instantedepois ele se sentiu sendo levantado e jogado por cima do parapeito, na chuvafria e impetuosa, mergulhando para a calçada implacável trinta e dois andaresabaixo.DENVER, COLORADOGary Reynolds crescera na paisagem acidentadade Kelowna, Canadá, perto de Vancouver, e fizera seu treinamento de vôo lá, porisso estava acostumado a voar sobre o traiçoeiro terreno montanhoso. Estavapilotando um Cessna Citation II, mantendo o olhar cauteloso nos picos nevadosao redor.O avião fora projetado para levar doistripulantes na cabine, mas hoje não havia co-piloto. Não nesta viagem, pensou Reynolds, carrancudo.Tinha falsificado um plano de vôo no aeroportoKennedy. Ninguém pensaria em procurá-lo em Denver. Ele passaria anoite na casa de sua irmã, e de manhã estaria a caminho do leste, para seencontrar com os outros. Todos os arranjos para eliminar Prima estavamterminados, e...Uma voz no rádio interrompeu seus pensamentos:- Citation Um Um Um Lima Foxtrot, aqui é atorre de controle do Aeroporto Internacional de Denver. Responda, por favor.Gary Reynolds apertou o botão do rádio.- Aqui é Citation Um Um Um Lima Foxtrot.Pedindo permissão para pouso.- Dê sua posição, Um Lima Foxtrot.- Um Lima Foxtrot. Estou a vinte e quatroquilômetros a nordeste do aeroporto de Denver. Altitude 15.000 pés.Viu o Pico dos Pike erguendo-se do ladodireito. O céu estava de um azul luminoso, o tempo claro. Bom presságio.Houve um breve silêncio. A voz da torre voltou:- Um Lima Foxtrot, você tem permissão parapousar na pista dois-seis. Repito, pista dois-seis.- Um Lima Foxtrot. Entendido.Sem aviso, Gary Reynolds sentiu o avião dar umasacudida forte. Surpreso, olhou pela janela da cabine. Um vento forte haviasurgido, e em segundos o Cessna foi apanhado numa turbulência violenta quecomeçou a sacudir o avião. Ele puxou o manche, tentando ganhar altitude. Foiinútil. Estava preso num vórtice feroz. O avião estava completamentedescontrolado. Gary apertou com força o botão do rádio.- Aqui é Um Lima Foxtrot. Estou com umaemergência.- Qual é a natureza da sua emergência?Gary Reynolds estava gritando ao microfone.- Fui apanhado num vento de través. Turbulênciaextrema! Estou no meio de uma porra de um furacão!- Um Lima Foxtrot, você está a apenas quatrominutos e meio do aeroporto de Denver, e não há sinal de turbulência nas telas.- Eu não ligo a mínima para o que há nas suastelas! Estou dizendo... - O tom de sua voz subiu de repente: Mayday! May...Na torre, os controladores olharam chocados osinal desaparecer da tela do radar.
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