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Dias E Dias
(Ana Miranda)

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O romance Dias e dias (2002), de Ana Miranda, desde o seu começo, apresenta a voz da narradora Feliciana, hoje, uma mulher ? que, desde menina, fora apaixonada por Gonçalves Dias (o grandioso poeta brasileiro!). Na obra, os fatos são apresentados em flashbacks e há o caráter cíclico da diegese ? a narrativa inicia-se em 03 de Novembro de 1864 e ao final do livro nos deparamos com a mesma data, o que sinaliza para os anacronismos, ou seja, as constantes idas e vindas no tempo da narração. Sob o ponto de vista desta narradora em primeira pessoa do singular é recordada e relatada não apenas sua vida, como também a vida do objeto de seu amor ? Dias.Os amantes de Gonçalves Dias, certamente, se deliciarão, pois Miranda, de maneira muito inteligente, insere em seu texto, além de poemas, muitas informações verídicas sobre o autor. Esta marca de intertextualidade faz da trama um ?mosaico de citações? por muitas vezes parodizadas. Isto, porque Ana Miranda utilizando os versos de Dias lhes dá um sentido distinto, o que faz com que, no mínimo, sua leitura deva ser dupla. Por meio dos poemas inseridos na narrativa de Dias e dias e da presença de correspondências que são trocadas dentro da diegese ? as quais a autora teve acesso por meio de trabalhos rigorosos de pesquisa e consulta à arquivos ? é composta uma espécie de fotografia de nosso país e as informações contidas no romance contribuem para a formação não só das características do poeta representativo de nosso país, como também de peculiaridades que dizem respeito à nossa pátria amada.Dias e dias, ratifica-se como uma bela e prazerosa obra de cunho histórico, mas, se o leitor não for atento, nem perceberá o tema maior, devido ao caráter de liricidade romanesco ? a história envolvente de um amor platônico. Isto faz com que Dias e dias não seja apenas um romance histórico, mas uma magnífica biografia romanceada, feita nos moldes da ficção. Um romance envolvente que é organizado quase que, como um diário ? a partir de sucessivos processos de rememoração de Feliciana. Ainda que toda a narrativa gire em torno de observações e declarações de Feliciana, isto é apenas um pretexto para que se fale do personagem maior, o poeta Gonçalves Dias. Como estratagema, Ana Miranda utiliza-se de um personagem fictício (Feliciana) para falar de um acontecido histórico. Porém, estes personagens históricos não protagonizam a diegese, servindo apenas como parte do cenário ou ?pano de fundo?. Quem protagoniza a narrativa são os homens comuns ? e, por ser mulher, a narradora Feliciana representa mais do que apenas uma pessoa comum. O fato de as ações serem protagonizadas por seres ficcionais faz com que a ficção fique muito à frente de um mero enfoque histórico.A proposta da diegese de Dias e dias diz respeito à leitura que o romance fornece da história, ou seja, abordar o momento brasileiro em que há a representação da mulher e do homem do século XIX que, via de regra, o recurso histórico não registrava ? Miranda aborda, então, esses elementos que as enciclopédias históricas não abarcam. O olhar de Feliciana é dirigido para o cotidiano, isto é, para a história da condição feminina.



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