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Ciencia, Religião E Kant
(Sergio B. da Fonseca)

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Ciencia,Religião e KantDe um ponto De vistaespecificamente histórico, aciencia brota como desejo de um saber claro e distinto, depois comotribunal que guarda regras a serem verificadas na empiria para atestarse estamos diante de um saber válido, e, na sequencia, comodesencantamento. Nietzsche chamou isso de vontade de poder.Kant foi exemplar nesse aspecto. Tomou as ciencias daépoca, a físicae a matemática, que procediam com a liguagem formalizada e aexperiencia empirica, para exigir que a metafisica demonstrasse os seuscritérios de cientificidade. Ciencia era para Kant sinonimo deverdadeiro saber. A metafisica, coitadinha!, não tinha como responder aesses critério e assim foi rebaixada a mera opinião, artigo de fé, umajura de amor não cumprida.Os critério do saber claro edistinto estavam dados. A metafisica, que guarda em seu coração ateologia e a moralidade, estava prestes a sofrer a maior de suasderrotadas diante de um tribunal formado com elementos estranhos a todaa sua história. O tribunal kantiano era nada mais nada menos do que ométodo cientifico, o caminho seguroda ciencia.A ciencia, portanto, quando inicia o seu périplo, tevecomo adversárioa própria metafisica, a rainha do saber. Ora, se a teologia e areligião popular estavam sob a sua tutela, então nada é mais evidentedo que o fato de que o sucesso da ciencia dependeria, de agora emdiante, do processo de dessacralização do saber e logo assim da vida.Ora, a ciencia não tem como meta apenas explicarfenomenos, elapretende ser a explicação de tudo. Há embutido no saber cientifico a féna possibilidade racional humana de tudo saber e tudo controlar. Aciencia ela própria se tornou não apenas verdadeiro saber, como regramoral que é de fato a-moral. Com Newton, a ciencia gostariade revelar as causas lógicas e objetivas do funcionamento do unverso eda vida. A mecanica clássica com a sua teoria da causalidade pretendiademonstrar como Deus produziu um universo perfeito. A teoria dacausdalidade não expulsava Deus do universo. Apenas o trazia para umadimensão logicamente compreensivel.Kant observou que tal propósito era francamentecontraditório com aquilo que a própria física clássica levava a cabo. Mesmo assim, já lána Razão Pratica ele reservouum lugar para o Deus moral e bondoso quando supôs que os postuladoscategoricos do bem, do fazer bem como reta intenção e não como esperade resultados positivos, poderiam fazer Deus derivar de um conjuntológico de leis morais. Deus, com Kant, é regra moral e não substancia.A Razão Pratica,por ironia, apenas demonstrou a falácia do projeto kantiano porqueexpôs as feridas de uma razão fragmentária que tenta desesperadamentesalvar Deus da frieza da ciencia. Curiosamente, não foi Newton quemmatou Deus. Foi Kant.Kant pode assim ser consideradoo homem que matou Deus e depois tentou ressuscita-lo com doseshomeopática de um remédio que a própria ciencia, o carrosco de Deus,produziu. Ou seja, a razão como poder de explicar tudo e inclusive Deusporque capaz de discernir regras morais.Não poderia dá certo.Com a fisica neo-clássica e a descoberta da energia atomica o poder dohomem sobre a natureza aumentou. As reservas diante de um Deus criadormoralista começam a se dissipar. Com Hirochima e Nagazake, o poder daciencia revela-se não apenas como emancipação de poderes mágicos, mas étambém exercicio do mal. A ciencia pode ser usada para o Mal, eis alição da segunda guerra mundial.Com a engenharia genética,além de se cofirmar todo esse poderio, confirma-se também a totalinutilidade de Deus para o homem na medida em que agora podemos refazernossa popria condição antropológica de acordo com nossos planos emetas. O nosso próprio corpo fisico tornou-se disponível para nós comomaterial manipulado cientificamente.Com a genética a ciencia dará o golpe fatal nasreligiões e na magiaporque agora ela conseguiu finalmente transferir todo o poder de Deuspara as mãos dos homens.Não que os templos, os livrossagrados e os sacerdotes, serão expulsos da cidade. Eles permanecerãoapenas para lembrar de um tempo em que o saber e o poder humanosestavam alienados num Deus insondável e incompreensível. Foia ciencia que nos libertou da magia e de nós mesmos. Ela nos permiteprovar a nossa humanidade não apenas como desfrute, mas tambémexperimento. Experenciamos mudanças morais e culturais. Com agenética podemos experienciar a nossa própria transformação fisica. Anossa condição antropológica não é mais algo dado naturalmente, elapode ser alterada. Com esse poder cientifico nas mãos humanas, areligião terá que cairpor terra. Porque agora nos tornamos senhores de nós mesmos!Toda religião ensina que devemos ser cautelosos com ascoisas por contado mistério insondável e do poder de Deus o qual devemos obidiencia. Odilema da ciencia após a morte de Deus e com desencantamento dasreligiões, é saber o que nós faremos com tanto poder disponível!Penso que agora nos tornaremos deuses!Sergio B. da Fonseca



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