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Eduardo Lourenço E A Identidade
(Eduardo Lourenço)

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Textos intrinsecamente polémicos os de Eduardo Lourenço (EL), n?O Labirinto da Saudade. Visando explícita ou implicitamente os diversos tipos de «discurso identitário» que acerca de Portugal existam, O Labirinto da Saudade é percebido, também, como um discurso identitário. (LOURENÇO, Eduardo, O Labirinto da Saudade, Lisboa, Gradiva, 2000 (1ª Ed. 1978)). O que nós somos e não somos. A explicitação de Eduardo Lourenço é paradoxal e problemática. Partindo do ensaio de Eduardo Lourenço ?Psicanálise mítica do destino português?, propõe-se a leitura de quatro textos de diegese ficcional portugueses que interpretam e problematizam uma identidade marcada pela ?aliança? das imagens: territorial, nacional e a extraterritorial ou mundial, imperial, no mínimo, ibérica. Neste contexto de problematização das questões da identidade navegam também, José Eduardo Agualusa Nação Crioula: correspondência secreta de Fradique Mendes, Lisboa, D. Quixote, 1997., António Lobo Antunes, Os Cus de Judas, Lisboa, D. Quixote, 2001 (1ª ed. 1979)., João Barrento Nelken und Immortellen, Berlim, Tranvia, 1999., Lídia Jorge, A Costa dos Murmúrios, Lisboa, D. Quixote, 1988, José Cardoso, Pires, O Delfim, Lisboa, D. Quixote, 111993 (1ª ed. 1968), José Maria Cameira, A Federação ?Frustrada?, Edium Editores, Matosinhos, 2006.
Diz numa entrevista EL: ?É de crer que por deficiente tradução dos meus pontos de vista, O Labirinto da Saudade se transformou num texto-boomerang como algumas das reacções à obra, na altura em que saiu, o mostraram. O questionamento da identidade portuguesa não fazia parte do meu propósito?. Portanto um certo modelo de tensão essencial entre a visão consciente entre a raiz dos traços da portugalidade e a sua assunção de messiânico destino ou de hiperidentidade. ?Quando muito, as versões dos vários discursos sobre Portugal que tinham, em comum, não só serem de carácter ontológico como transcendente ou, pelo menos, destinado a reforçar uma leitura transcendente do destino português?, conclui. Também Isabel Pires de Lima (IPL) em documento referido de via atlântica n. 1 mar. 1997 - sentencia: ?Eduardo Lourenço, um dos mais interessantes ensaístas portugueses da autognose nacional, a defende a ideia de que Portugal não sofre de problemas de identidade mas de hiperidentidade (LOURENÇO, Eduardo. Nós e a Europa ou as duas razões. 3 ed. Lisboa: Imprensa Nacional ? Casa da Moeda, 1990, p. 10). A experiência de perda ? perda historicamente prevista de um império que a estratégia ideológica do regime deposto com a ?revolução dos cravos?, em 25 de Abril de 1974, fizera durante cerca de 40 anos crer eterno ? foi acentuadamente traumática, o que é tanto mais natural quanto passou pela dolorosa experiência suplementar cerca de quinze anos de guerra colonial (entre 1961 e 1974). Claro que (...) a nossa própria reconquista da liberdade, escamoteou o trauma, de tal modo que o mesmo Eduardo Lourenço, em 1978, surpreendia-se com o facto único da derrocada do nosso império de quinhentos anos, que parecia essencial à imagem corporal, ética e metafísica de portugueses, ter acabado sem drama? (E.L., O labirinto da saudade. 3 ed. Lisboa: D. Quixote, 1988, p.43).
Ora, pensamos que se as vidas mudadas e mutiladas de centenas de milhares de portugueses podem firmar um destino brando e uma autopoiésis gigantesca de reconstrução de modelos de integração no rincão europeu não é senão uma forma de reinvenção de mítico destino ou se quisermos em termos psicanalíticos de sublimação traumática. A sua denegação é impossível. Só por total desconhecimento da história e das suas causas mais fundas podem para-condicionar a forma de ver a História entre o escrutínio da liberdade e razão e a opressão e a barbárie como tão bem costuma esclarecer o torguiano pensar de João Barroso da Fonte na sua disposição dialógica, como na obra de Torga expressa na sua plenitude a condição portuguesa, no duplo sentido telúrico e humano. Por aí reconhecemos fazer parte de um espaço histórico, científico, telúrico e humanitário. E Torga ele-mesmo: «A pimenta e a cravo das nossas andanças marítimas, e o vinho, o alho e o louro da nossa rotina telúrica, depois de complicadas alquimias, passaram de meros condimentos a puras essências de sabedoria». Miguel Torga, Diário III, p. 88.Diz EL: ?A «cegueira» africana não fora uma peripécia entre outras, tinha uma tradição e convidava a rever o nosso presente nesse instante mágico em que com o fim do Império uma certa venda nos caía dos olhos. Nós podíamos, pensava eu então, dizer-nos a verdade sobre nós mesmos, ou pelo menos, tentar perceber como o duplo desastre africano, militar e ético, não era apenas uma aberração ligada a uma certa ideologia, mas a conclusão de um itinerário que merecia ser revisitado?. A aberração desse destino mítico e ou histórico não poderia enquadrar-se com um tempo infinito mas ser percebido na construção dos modelos de continuidade que o desafio de hoje supõe esse esforço por desaparecer numa Europa diferente e próxima. Somos um país na cauda das estatísticas? Ou só uma longa praia vagamente despoluída??
Dentro duma divisão histórico-crítica de um lado postulando a herança de Antero de Quental e António Sérgio e do outro a linhagem doutrinária e mitológica de Oliveira Martins que é retomada por José Gil em Portugal Hoje, o medo de Existir ? nos relatos e tramas da autopsignose colectiva.



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