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A Sangue Frio/a Sangue Quente
(Truman Capote/Márcio Calafiori)

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A chacina perpetrada por dois ladrões na família Clutter seria recordada como uma experiência que influenciou incontáveis escritores. Capote conseguiu mais do que isto. Criou a verdadeira masterpiece do romance verídico. As imagens deste conto fixam-se na mente do leitor de modo indelével e serão recordadas para sempre. Nancy ensinando como fazer uma torta da cereja, o sedan preto Chevrolet '49, a guitarra de Perry Smith, os sonhos sobre um paraíso tropical, o sangue nas paredes... cabeçasrebentadas, esfaceladasa tiros de espingarda, pescoços quebrados.
Quem no fala é Márcio Calafiori, professor de Jornalismo da Universidade Santa Cecília:
- quarenta anos depois, ?A Sangue Frio?, de Truman Capote, ainda choca e serve de alerta. A obra trata do assassinato de quatro membros de uma família americana, ocorrido EM Holcomb, uma cidadezinha de 270 habitantes, no Kansas. Em 25 de setembro de 1965, quando a revista ?The New Yorker? publica o primeiro dos quatro capítulos de uma reportagem intitulada ?A Sangue Frio?, tem início a última revolução importante na literatura e no jornalismo do século 20. Depois de bater recorde de vendas na revista, em janeiro de 1966 a novela de Truman Capote sai em livro. A partir daí obtém um sucesso ainda mais estrondoso de público e um impacto impressionante de crítica, a favor e contra. Os críticos que discordaram ficaram furiosos, principalmente porque Capote, que não era nada modesto, definiu a obra de ?romance verídico, de não-ficção?. O raciocínio dos críticos que discordaram era o seguinte: como é que um romance, que lida com a ficção, podia ser classificado de não-ficção? É justamente aí que está a inovação e a surpresa de Capote: ele escreveu uma reportagem que pode ser lida perfeitamente como ficção. No caso, um romance com boa dose de suspense e narrativa cinematográfica. Nos ?Agradecimentos? de ?A Sangue Frio?, os leitores se deparam com uma explicação de Capote: ?Todo o material por mim utilizado nesse livro, quando não é fruto de minha observação direta, provém de arquivos oficiais ou resulta das minhas entrevistas com pessoas diretamente interessadas nessa história, entrevistas que, na maioria dos casos, repetiram-se por tempo indefinido. (...)?. O que Capote quis dizer com isso? A resposta significa uma revolução, responsável pela consagração de nomes até hoje fundamentais na investigação da cultura americana ? como os jornalistas Tom Wolfe, Gay Talese, Jimmy Breslin e Hunter Thompson e escritores como Norman Mailer e James Baldwin. Além do próprio Capote, esses caras já faziam um tipo de reportagem cuja proposta era o uso dos recursos literários, com a intenção de aprofundar o seu conteúdo e tornar mais eficiente e sedutora a sua leitura. Essas reportagens podiam ser lidas como contos, técnica que Capote já utilizava desde os anos 40. Mas é só a partir de ?A Sangue Frio? que esse estilo de reportagem ? que depois se convencionou chamar de Novo Jornalismo ? obteve respeito e admiração. Ao unir a literatura com o jornalismo, a obra de Capote serviu de modelo e inspiração para tudo o que de mais importante se escreveu nos Estados Unidos a partir de 1965. Todos os jornalistas-escritores americanos foram em busca da sua grande história, do seu grande tema. Em 1966, Hunter Thompson publica ?Hell?s Angels? (Conrad Livros); em 1968, Norman Mailer lança ?Os Exércitos da Noite? (Record, esgotado) e Tom Wolfe ?O Teste do Ácido do Refresco Elétrico? (Rocco); em 1969, Gay Talese aparece com ?O Reino e o Poder ? Uma história do New York Times? (Companhia das Letras) e em 1971 com ?Honrados Mafiosos? (Expressão e Cultura, esgotado), a história de uma família da máfia italiana e o funcionamento de uma das mais importantes organizações criminosas do mundo. No caso de Norman Mailer, a influência de Capote foi absolutamente vital, pois aos 24 anos Mailer ficara mundialmente famoso com o romance ?Os Nus e os Mortos? (1948), mas depois disso a sua carreira de escritor estava apeas morna. Referindo-se às criticas que recebera por ?A Sangue Frio?, Capote escreveu: ?(...) Vários críticos se queixaram de que romance verídico era uma expressão ambígua, uma mistificação, e que não havia realmente nada de realmente original ou novo no que eu tinha feito. Mas houve quem pensasse de maneira diversa, outros escritores que compreenderam o alcance de minha experiência e se apressaram a pôr a receita em prática ? nenhum com mais rapidez do que Norman Mailer, que ganhou muito dinheiro e recebeu uma porção de prêmios escrevendo romances verídicos (...), embora sempre fizesse questão de jamais classificá-los de ?romances verídicos?. Não vem ao caso: ele é bom escritor, ótimo sujeito e me sinto feliz por ter lhe prestado algum serviço. (...)?
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