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Penitência
(Dennys Robson Girardi)

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Fazer penitência era, nas palavras São Francisco, "reconhecer as mãos de quem nos criou". Portanto, a penitência tinha um compromisso com a criação. Não se tratava de uma mortificação e nada tinha a ver com o sofrimento. Fazer penitência estava no sangue que qualquer medieval, eles a viam como o momento propício para abrir espaço para Deus, momento de íntima comunicação com o Criador.Hoje, vivemos num mundo cheio, lotado, sem espaço para as coisas de Deus, o criador se torna mais um artigo a ser vendido e ofertado. O Criador entrou no mercado do marketing, precisamos de frases de impacto e de grandes acontecimentos para percebermos a presença dele.Francisco via em seu tempo um crescendo declínio na fé, onde as atividades começam a tomar o espaço e o tempo que antes era destinado para o Senhor. Para se livrar desta prisão, o mundo, Francisco fazia o jejum, como um exercício de penitência.A atitude de Francisco não tinha como finalidade o sofrimento, mas com o jejum ele permitia que a criatura fosse criatura, permitia que o animal permanecesse vivo, que a fruta seguisse seu caminho normal, garantia que por ao menos um dia, o alimento fosse simplesmente alimento, reconhecendo as mãos de quem o criou.Francisco se percebia como irmão de todo ser. Ele não se fazia dono, senhor do alimento, mas também não permitia que o alimento o dominasse. A penitência fazia de Francisco um homem livre para a vida, e feliz diante do seu Senhor.O hábito de eliminar excessos, de aparar arestas, criava um espaço divino, um momento para Deus, para que transparecesse somente Deus e não somente o homem. Muitas coisas somente ocupam espaço em nossa vida hoje, a penitência perdeu o sentido do Sacrifício ("sacrum"+ "facere"), fazer santo, ou melhor fazer-se santo, e tomou uma característica de dor ou de mutilação. Quando vemos alguém que sofre ou que se maltrata, dizemos que este faz penitência.Por isso, os medievais procuravam fazer penitência, desde leigos, monges, clérigos e até Papas. Penitenciavam não somente para se livrarem dos pecados e garantir a salvação, mas também para responder a uma guerra, um acontecimento que queriam contestar, como fazia Ghandi na luta pela não-violência.Pela penitência se exercitava a vontade e o desejo, faziam deles um domínio e não o que fazemos deles hoje, uma dominação. Portanto, fazer penitência era mais que uma disposição, era propriamente um dom divino."E o Senhor concedeu a mim, frei Francisco, começar a fazer penitência". Escreveu São Francisco.A atitude penitente está no cerne do ideal de Francisco, no seu pensamento e na sua ação. Através da penitência molda a sua existência carismática para entregá-la totalmente ao Senhor.



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