BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Tempo De Matar
(John Grisham)

Publicidade
Certo dia assisti a um
julgamento terrível no qual uma menina testemunhava contra o homem que a havia
violentado brutalmente. Foi uma experiência avassaladora para mim e eu era
apenas um espectador. Num momento, ela era toda coragem, no outro, dolorosamente
frágil. Fiquei estupefato. Não podia sequer imaginar o pesadelo pelo qual a
menina e a família tinham passado. Pensei no que faria se fosse minha filha.
Enquanto

eu a via sofrer em frente do
júri, tive vontade de matar o violador. Por um breve, mas interminável momento,
desejei ser seu pai. Eu queria justiça. Havia uma história em tudo aquilo.

Fiquei obcecado com a ideia de
vingança do pai. Que faria um júri de cidadãos comuns com um pai que tivesse
feito justiça por suas próprias mãos? Naturalmente vê-lo-iam com muita
simpatia, mas o suficiente para uma absolvição?

A ideia deste livro ganhou corpo
num período de mais de três meses, durante os quais quase não pensei noutra
coisa. Escrevi o primeiro capítulo à mão num bloco vulgar e pedi a Renée, minha
mulher, que o lesse. Ela ficou impressionada e disse que gostaria de ler o segundo
capítulo. Um mês depois, entreguei-lhe os capítulos dois e três e ela ficou completamente
encantada. Renée lê cinco ou seis livros por semana - mistério, suspense,

terror, espionagem, todo o tipo
de ficção - e não tem paciência para uma história que não funciona como
deveria.

Encarei o trabalho como um
passatempo, uma hora aqui, uma hora ali, e impondo-me vagamente a disciplina de
pelo menos uma página por dia, nunca o abandonei. Lembro-me de um período de
quatro semanas em que nada foi escrito. Ocasionalmente, saltava um dia, mas de
um modo geral prosseguia com teimosa diligência. Na minha opinião, a história
era maravilhosa, mas tinha dúvidas quanto à minha capacidade em escrevê-la.

Renée gostou e eu continuei. Ao
cabo de um ano, admirei-me da rapidez com que a pilha de páginas aumentava e
percebi que tinha chegado ao meio do livro. O objectivo original foi esquecido
e surpreendi-me a pensar em contratos de publicação, royalties, almoços elegantes
com agentes e editores - os sonhos de todo o escritor não-publicado.

Três anos depois de ter começado
a escrever, Renée leu o último capítulo e mandámo-los para Nova York. O título
provisório era Deathknell, uma péssima ideia que foi abandonada assim que o
manuscrito aterrou no escritório do meu novo agente, Jay Garon.

Jay tinha lido os três primeiros
capítulos e imediatamente me enviou um contrato de representação. Dezasseis
outros agentes tinham recusado, bem como uma dezena de editores. Jay aceitou o
manuscrito e disse-me que começasse a escrever outro livro.

Segui o conselho dele. Passou um
ano e nada aconteceu. Eu estava a meio do meu segundo livro, A firma, quando
Jay telefonou, em Abril de 1988, com a notícia maravilhosa de que o meu livro
ia ser publicado. Bill Thompson, da Wynwood Press, lera os originais e
comprara-os imediatamente. Sob a sua orientação, fiz diversas revisões e encontrei
um novo título, Tempo de matar. Acho que foi o sexto ou sétimo que escolhi.

Não sou bom em títulos. Wynwood
imprimiu 5 mil exemplares e publicou o livro em Junho de 1989. Vendeu-se bem
num raio de 200 quilômetros da minha cidade, mas foi ignorado pelo resto do mundo.
Não houve negociação para a publicação em livro de bolso, nem requisição de
direitos no exterior. Mas era um primeiro livro e o primeiro livro geralmente é
ignorado. Coisas melhores estão para vir.

Terminei A firma em 1989 e
mandei-a Jay. A Doubleday/Dell comprou-o e quando foi publicado em capa dura,
em Março de 1991, a minha carreira de escritor deu uma guinada especta cular. O
sucesso de A firma despertou novo interesse por Tempo de matar.

Trata-se de um livro bastante
autobiográfico. Eu deixei de fazer advocacia, mas durante dez anos exerci-a
muito à maneira de Jake Brigance. Representava indivíduos, e não instituições
financeiras, companhias de segurosou grandes firmas. Eu era um advogado das
ruas. Jake e eu temos a mesma idade. A minha posição era a de defesa nos tempos
de colégio, embora eu não jogasse muito bem. Muitas das coisas que ele faz e
diz são

exactamente o que eu acho que
faria e diria nas mesmas circunstâncias. Nós dois temos automóveis da mesma
marca. Ambos sentimos a pressão insuportável do tribunal criminal, uma coisa
que procuro captar no livro. Ambos perdemos o sono por causa de clientes e
vomitamos nas casa-de-banho do tribunal. Este livro saiu do coração. É um primeiro
livro e às vezes perde-se em digressões, mas eu não mudaria uma palavra, se me pedissem.



Resumos Relacionados


- Tempo De Matar

- Tempo De Matar

- Mulherzinhas

- Não Há Coincidências

- O Segredo



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia