O DESIGNER SANTOS DUMONT
Diversas cidades brasileiras possuem uma rua ou logradouro com o nome DE Santos Dumont. Mas o nosso ilutre brasileiro não ficou somente dando nome a ruas, o aviador virou patrono de museus, aeroportos e até de UM município. Mas estas homenagens urbanas, acabou esvaziando a figura de seu conteúdo e de seu significado.
A mostra
Santos Dumont Designer, no Museu da Casa Brasileira - realizada com patrocínio da Aço Vilares e da Elo 3 Integração Empresarial -, pretendeu revelar o grande designer, que era Santos Dumont. Um persistente sonhador que com suas criações fez a diferença. Para Adélia Borges, diretora do museu,
e para o artista plástico Guto Lacaz, a beleza do design deste brasileiro está na simplicidade
Para esta mostra, Guto Lacaz foi quem selecionou cartazes, maquetes, mobiliário e fotos antigas, que mostram o trabalho do homem que resolveu questões de estilo e bom gosto pelo mundo.
em vôos rasantes no começo do século XIX ou nos salões da alta sociedade francesa, Santos era um obcecado por estética, sempre com harmonia e apuro de formas. O design de Santos Dumont é a relação entre a economia de meios, leveza da execução e clareza dos objetivos.
Quando o menino dividia seu tempo entre os livros de Julio Verne e o fascínio com as máquinas de beneficiar café da fazenda em que morava, em Ribeirão Preto.
Mas foi em 1882, na capital francesa,que o rapaz apurou seu senso de elegância. O endinheirado jovem poderia ter se encantado apenas com a vida cultural parisiense, e se limitar aos jantares no Maxim's, onde estacionava no telhado seus balões, quando ia almoçar com seu amigo, Louis Joseph Cartier o joalheiro. Mas acabou se interessando pelo progresso técnico de Paris, como as pontes sobre o Sena e a Torre Eiffel.
Na época, os balões em seus sonhos o fizeram começar seus experimentos. Em um deles, dependurou um triciclo em um galho de árvore no Bois de Bologne. Lembrando a composição surrealista de Marcel Duchamp, diz Lacaz.
Mas sua criação se acentuou foi na primeira década do século XX.
Em 1901, ele assombra a multidão ao contornar a Torre Eiffel, há 250 metros de altura do chão.
O brasileiro ganha também popularidade na frança, que passa a ter nele um ídolo pop para a época, e até um patrono de esportes radicais.
Até mesmo nas suas roupas, Dumont mostrava criatividade. Os colarinhos de suas camisas, mais altos que os tradicionais, eram desenhados por ele próprio, numa insinuação de ser mais alto do que era.
Seus ternos risca de giz também eram para disfarçar sua baixa estatura, e a aba seu chapéu panamá (que virou moda na época) teria ganho tal forma após ter sido usado para apagar um incêndio em um de seus dirigíveis.
Além disso, consta que o amigo Cartier inventou o relógio de pulso, preso pela correia, hoje nos quatro cantos do mundo, graças a uma sugestão dele, que precisava operar suas engenhocas com as mãos para cronometrar os tempos do vôos.
Outra contribuição foi o surpreendente projeto da "Encantada", sua casa de Petrópolis. Mas, por meio de projetos aeronáuticos que o nome de Dumont passou a ser referência obrigatória no mundo do design. O arrojado desenho de um aeroplano enunciava o que viria a ser o jato. Seu tino investigativo lhe mostrava necessidades e oportunidades onde outros não viam.
Um raro senso de elegância, permitia que fosse além do prático para se distinguir também no apuro das formas. Essas habilidades todas o caracterizam como um designer. http://forbesonline.com.br/Edicoes/131/artigo17815-2.asp
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