Literatura ? Biografias
Castro Alves ? Literatura Comentada
Antonio Frederico de Castro Alves nasceu na Bahia, no ano de 1847, na fazenda Cabaceiras (comarca de Cachoeira). Poeta dos escravos para a história da literatura, estudante subversivo para as autoridades de seu tempo. Era o segundo filho do casal Antonio José e Clélia Brasília: O pai, doutor em medicina, a mãe, dona de casa.
A primeira manifestação liberal do poeta, foi aos doze anos, em versinhos, ele começou e foi incentivado a compor e a declamar poemas em festas escolares.
Em 1862 vai para Recife preparar-se para a faculdade, juntamente Com o irmão José Antônio. Este já manifesta nessa época comportamentos estranhos, muito abalado com a morte da mãe, três anos antes. Recife para o poeta é o paraíso, sem vigilância da família, o poeta se descuida dos livros e fascinado com as idéias abolicionistas que agitavam o meio acadêmico é reprovado em Geometria, fica então o ano inteiro para dedicar-se a esta maldita geometria, sobrando-lhe tempo para dedicar-se a poesia.
Em 1864 é calouro da Faculdade, primeiranista da Escola de Direito do Recife. Neste mesmo ano, Castro Alves colhe seus primeiros frutos, é aplaudido de pé quando declama o seu poema o ?Século? no salão de honra da escola e quando publica num jornal da faculdade. Seu tempo é dividido entre a poesia libertária e as atividades acadêmicas. Daí em diante são somente frutos, vitórias e dores, ele conhece Eugênia Câmara, uma atriz portuguesa, e se apaixona loucamente, vai morar com ele nos arredores de Recife, onde declama e dedica alguns poemas a ela como; "Dalila", "Meu segredo", "Amemos", "O vôo do gênio", "A uma atriz", "Fatalidade", "O 'adeus' de Teresa", "O gondoleiro do amor", sofre com a morte de seu irmão, que se mata influenciado pelas poesias de Alvares de Azevedo, e dois anos depois a morte de seu pai.
Viaja para o Rio de Janeiro e no dia 7 de setembro de 1868 declama com sucesso o poema ?Navio Negreiro?. Escreve e apresenta a peça ?Gonzaga ou Revolução de Minas?. E em 11 de novembro deste mesmo ano, durante uma caçada no Brás, a espingarda dispara acidentalmente, alojando-se toda a carga no calcanhar esquerdo do poeta e tem o pé amputado. Separa-se de sua amada Eugênia Câmara.
Em 1870 mal da tuberculose, segue, a conselho médico, para Curralinho, e depois para a fazenda Santa Isabel, em Orobó, onde termina A Cachoeira de Paulo Afonso. Volta em setembro para Salvador, onde, no mês seguinte, lança as Espumas Flutuantes.
1871 apaixona-se pela cantora italiana Agnèse Trinci Murri. Recita pela última vez, a 10 de fevereiro, na Associação Comercial, em benefício das crianças francesas vítimas da Guerra Franco-Prussiana. Seu estado de saúde agrava-se após a noite de São João. E morre às três e meia da tarde do dia 6 de julho de 1871, no Palacete do Sodré, junto a uma janela banhada pelo sol, seu ultimo desejo.
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