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Sonetos De Camões
(Literatura Portuguesa)

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Amor é fogo que arde sem se ver;
È ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

A dificuldade do poeta em conceituar o amor, posto que é um sentimento complexo, faz com que a definição se dê por paradoxos, pois o que o poeta sente é inseparável daquilo que ele pensa. Porém pensar e sentir são movimentos antagônicos; o sentir deseja e o pensar limita, o resultado é o acúmulo de contradições que desembocam na perplexidade do poeta, e na sua desconcertante interrogação sobre os efeitos do amor.


AQUELA TRISTE E LEDA MADRUGADA

Aquela triste e leda madrugada,
Cheia toda de mágoa e de piedade,
Enquanto houver no mundo saudade
Quero que seja sempre celebrada.

Ela só, quando amena e marchetada
Saia, dando ao mundo claridade,
Viu aparta-me de uma outra vontade,
Que nunca poderá ver-se apartada.

Ela só viu as lágrimas em fio,
Que duns e doutros olhos derivadas
Se acrescentaram em grande e largo rio.

Ela ouviu as palavras magoadas,
Que puderam tornar o fogo frio
E dar descanso às almas condenadas.

O sentimento de dor da separação transforma a madrugada num momento marcante para o poeta. A madrugada é portanto, poeticamente um elemento sensível, humanizado, que se comove com a dor alheia,mas incapaz de expressar-se, contrastando sua beleza plástica com o sofrimento humano. A madrugada é o instante psicológico de dor profunda e contida, tornando-se a única testemunha dos sentimentos do poeta.



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