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Psicologia De Alexandre, Imperador Centauro.
(Cassiano Ribeiro Santos)

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Quase tão lendário quanto Alexandre Magno, era Bucéfalo, seu impetuoso cavalo. Um mercador o havia apresentado à Felipe da Macedônia que o desejou tão logo pôs os olhos nele, mas havia um problema: nenhum cavaleiro o conseguia amestrar; a todos que tentavam, Bucéfalo lançava-os ao chão. Felipe já desistia do animal quando o filho de Felipe, Alexandre, se ofereceu para domá-lo. Alexandre percebeu que o animal assustava-se ao ver a própria sombra. Para amestrá-lo, ele usou um ardiloso par de viseiras e o cavalgou contra o sol. Montado em Bucéfalo, Alexandre conquistou o mundo então conhecido. Não existem fontes seguras sobre o seu fim. Sabe-se que desapareceu em campanha, para além da Índia, subjugando e convertendo ao helenismo todos os povos que encontrava (todos os relatos existentes sobre sua morte não passam de lendas). Gostaria de ver um mapa com o itinerário preciso da sua façanha expedicionária. Sabe-se que ele sempre cavalgava para o leste e suas variações de latitude sempre coincidiam com os invernos, quando o sol não brilhava, nunca retrocedendo. O imagino a cavalgar com as rédeas frouxas. Bucéfalo o guiando em suas conquistas, sempre de frente para o Oriente onde nasce o Sol, e a fugir de sua obstinada sombra. Os guerreiros gregos que seguiam Alexandre até o fim do mundo, saudosos e cansados, o interpelava sobre o retorno à Grécia. Alexandre talvez não tivesse consciência de que ele também temia a própria sombra. Viver de glórias passadas, da lembrança que os dias iluminados projetariam em sua obscura velhice, seria para ele uma sombria fonte de terror! Um estranho instinto unia as almas do imperador e de seu cavalo. Quando eu era menino e um leitor voraz de enciclopédias, era comum sonhar com grandes vultos da história, e sonhei um dia com Alexandre na forma de um centauro ? a forma que meu inconsciente encontrou para ilustrar a comunhão de instintos entre o imperador e seu cavalo. Tão impressionado fiquei com o sonho que apanhei, entre as peças de um brinquedo chamado Forte Apache, um índio e um cavalo de plástico. Serrei a cintura do índio e o pescoço do cavalo e compus u?a miniatura deste imperador centauro e a mantenho sempre à luz da janela por onde brilha o mesmo sol matinal que um dia brilhou sobre a Grécia.
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Possuímos todos, pela imperiosa necessidade de manusear a matéria do mundo, a tendência de cristalizar as percepções, coisificando, classificando e nomeando o fluxo incessante da natureza. Quando conhecemos alguém, imediatamente estabelecemos sua identidade, suas características essenciais e esperamos que ela permaneça idêntica a si mesma. Quando, anos depois, percebemos neste alguém um comportamento incompatível com a imagem que possuímos dele, precisamos de um tenaz esforço para entender e aceitar que ele mudou. Nossa tendência natural é a de supor que este alguém usava uma máscara quando nós o conhecemos: era um falso que o tempo tratou de desmascará-lo. Que tolice! O tempo não revela nada. O tempo tudo transforma. O grego Eurípedes, talvez imerso em dilemas semelhantes, um dia se queixou: o tempo é um grande tagarela, pois nos fala de muitas coisas mas quase nunca revela as respostas que esperamos! Não sabia ele que as perguntas também mudam e que as respostas trazidas pelo tempo são máscaras exatas para a face nova dos velhos problemas. Napoleão Bonaparte parecia entender isso quando dizia: a lei que rege as circunstancias muda, quando mudam as circunstâncias! E Tomasio D`Lampedusa arrematava: As coisas precisam mudar parar continuarem a serem as mesmas! Tudo isso, caro leitor, para você perdoar e entender minhas aparentes mudanças de assunto!
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SUBLIMAÇÃO NOTURNA ? Dentro de mim há um lampião torto\ Distorcendo minha sombra sobre a porta\ Um caco de vidro refleteo luar morto\ que brilha sobre minha amada morta\\ A minha namorada é a lua\ e seus raios virginais em meu rosto dormente\ evocam-me sonhos do oriente\ Ns forma de uma odalisca nua!
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PECADO - O desejo das ninfetas\ Como um hálito nos cristais\ Umedece as maçanetas\ Incendeia os castiçais,\\ Se evola pelos guetos\ Em volutas e espirais\ Cria halos nas estrelas\ E arco-íris infernais\\ Flutuando, sinto os rastros,\ Desse desejo tão etéreo,\ Levar meu corpo até os astros,\ E minha alma ao cemitério!
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