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Filhos
(Nelson de oliveira)

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Há um período em que os país vão ficando órfãos dos seus próprios filhos. É que as crianças crescem independentes de nós, como árvores tagarelas e pássaros esbanados. Crescem com uma estridência alegre, e, ás vezes com alardeada arrogância. Mas, não crescem de repente. Um dia sentam-se perto de você no terraço e dizem uma frase com tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura. Ondeé que andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas e o preimeiro uniforme do maternal? A criança esta crescendo num ritual de obediência orgãnica e desobediência civil...você esta agoraali, na porta da descoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça! Ali estão muitos pais ao volante, esperando que eles saiam esfuziantes sobre patins e cabelos longos, soltos. Entre hambúrgueres erefrigerantes nas esquinas,lá estão nossos filhos com uniformes de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros. Ali estamos, com cabelos esbranquiçados. Esses são os filhos que conseguimos gerar e amarapesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias e da ditadura das horas. E eles crescem meio amestrados, observando e aprendendo comnossosacertos e erros. Principalmente com os erros que esperamos que não respeitam.
Há um período em queos pais vão ficando yn pouco órfãodos póprios filhos. Não mais os pegaremos nas portas das discotecas e das festas. Passou o tempo do balle, do inglês, da natação e do judô. Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. Deveríamos ter ido mais ácama deles ao anoitecer para ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolecentes cobertores daquele quarto cheio de adesivos, pôsteres, agendas coloridas e discos ensurdecedores.
Nãoos levamos suficiente ao playcenter, ao shopping, não lhes demos suficientes hambúrgueres e cocas, não lhe compramos todos os sorvetes e roupas que gostaríamos de ter comprados. Eles cresceram sem qye esgotássemos neles todo o nosso aflito.
No príncipio subiam a serra ou iam á casa de praia entre embrulhos, bolachas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amiguinhos. Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de chicletes e cantarias sem fim. Depoischegou o tempo em viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma e os primeiros namorados. Os pais ficaram exilados dos filhos. Tinham a solidão que sempre desejaram, mas de repente, morriam de saudades daquelas "pestes".
Chega o memento em que só nos restaficar de longe torcendo e rezando muito para que eles acertacem nas escolhas em busca de felicidade. E que a conquista do modo mais completo possível. O jeito é esperar: qualquer hora podem dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estacado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco. Por isso os avós são tão desmesurados e distribuem tão encontrolável carinho. Os netos são a última oportunidade de re-editar o nosso afeto. Por isso é necessário fazer alguma coisa a mais antes que eles cresçam. APRENDEMOS A SER FILHOS DEPOIS QUE SOMOS PAIS....
SÓ APRENDEMOS A SER PAIS DEPOIS QUE SOMOS FILHOS..



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