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Portugal e o papel de Macau
(Maria José Camecelha)

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As relações entre Portugal e China, se bem que
pacíficas, não tinham sido, até 1887, objecto de
nenhum documento escrito e aceite pelas duas partes.

Este Tratado assume uma particular importância
ser, simultaneamente, o primeiro entre os dois
estados a ser ratificado e ser regulador das
actividades de comércio marítimas. É com este
Tratado que Portugal, do ponto de vista internacional,
marca a sua posição no Extremo Oriente, devido,
naturalmente, à presença portuguesa em Macau
desde o século XVI, transpondo uma distância
que assumiu carácter irreversível e uma especificidade
única, ao pôr em contacto civilizações diferentes

Macau desempenhou, desde o século XVI, um
papel fundamental no estabelecimento de relações
entre o Oriente e o Ocidente.

Se o centro destas relações era o Índico - onde, a
partir da viagem de Vasco da Gama (1497-99) se
asseguram, pela comunicação com o Atlântico,
as comunicações regulares entre a Europa e a Ásia,
não pode descurar-se a manutenção da ligação com
outros espaços da Ásia Pacífico, nomeadamente
através de Malaca e Macau.

A presença dos portugueses em Malaca e
seguidamente em Macau ampliou as relações
comerciais marítimas que tradicionalmente eram
apenas exercidas com a autorização da China, cuja
política era baseada num comércio tributário.Apesar
de reconhecida pelas autoridades
chinesas, a posição portuguesa introduz alterações à
tributação (oficial), criando um novo relacionamento
entre comunidades e interesses de uma forma não
oficial.
Macau afirmou-se crescentemente, desde meados do
Século XVI como cidade portuária, tornando-se centro
de trocas marítimas regulares, principalmente entre
portugueses, chineses e japoneses. Durante este
século, Portugal detém o monopólio entre a Europa e o
Extremo Oriente e Macau, sendo este utilizado como
entreposto ou porto ligando-se à China através de
Cantão, ao Japão, à América Latina através das
Filipinas e a Goa, por meio de Malaca. Macau era o
centro da relação entre a China e o Japão -
nomeadamente pelo transporte de seda crua da China
em troca da prata japonesa.

Para além de relações comerciais com a China,
Portugal desempenhou um papel crucial na defesa da
costa. Em 1547 (referido na Cronologia da História de
Macau do Século XVII), um funcionário chinês,
Lam-Hei Yuen, refere explicitamente a importância que
os Portugueses tiveram não apenas na defesa como
no comércio com os chineses.

A presença de Portugal nestas rotas foi-se no
entanto alterando. Em primeiro lugar, quando da
separação de Espanha, em 1640, o país deixou de ser
encarado no quadro de uma política conjunta,
passando a ter de contar com a competição da
presença castelhana. Por outro lado, o poder marítimo
crescente de holandeses e ingleses veio também
interferir na singularidade da tecitura entretanto
estabelecida.

A singularidade portuguesa, associada à manutenção
de um espaço próprio de relacionamento marítimo
permitiu o desenvolvimento de Macau como nó
privilegiado nas relações luso-chinesas. No entanto,
nenhum documento escrito regulou estas
relações. Tal só acontecerá no século XIX , através de
um Tratado de Amizado e Comércio celebrado entre
Portugal e o Império da China.



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