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Madrid e Lisboa - Seculo XVI
(Maria José Camecelha)

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Quantas capitais teve o Imperio de Felipe II?

Madrid foi uma criação de Felipe II - centro de um
enorme Império continental. Lisboa, a ponta de um
Império marítimo.
A necessidade que Felipe II teve de nomear Lisboa como cidade-porto
florescente em toda a Europa prendeu-se com a consideração de que era
fundamental, para a nação portuguesa, ter uma cidade sua não como
sucedâneo da capital onde estava instalada a corte e o Rei (aliás Felipe II
também prevê que a corte funcione em Portugal) mas como cidade-capital -
extensão do império marítimo.
Por outro lado, esta estratégia de Felipe II teve como efeito desligar Portugal
da sua parte continental, da Europa propriamente dita
Conta a história que o Imperador Carlos V teria dito a seu filho Felipe II que,
se este queria aumentar os Reinos, deveria ir para Lisboa, se queria mantê-
los, devia sediar-se em Toledo e que ficar com Madrid por capital seria para
perder terras e poder.
No entanto, a estratégia de Felipe II foi diferente: por um lado, manteve
Lisboa, para aumentar a parte marítima do Império e a defesa e aumento da
cristandade. Por outro lado, manteve Toledo com a sua catedral, por forma a
garantir a unificação católica e, por outro, construíu um imenso império
continental, a partir de Madrid e da posterior construção do Escurial (Madrid
surge como capital em 1561 e a primeira pedra do Escurial foi lançada em 23
de Abril de 1563) - lugar chave onde se reuniriam os poderes políticos e
religiosos.
Esta tripla estratégia consolidaria o poder de Felipe II, centralizando-o em
torno da figura do Rei. Rei esse que diz que '(...) la naturaleza de los
Príncipes no se restringe á un lugar, ni á un reino solo como la de los
particulares, antes abraza toda la circunferencia de sus estados' Esta ideia
não é contraditória com a ideia de fixação num local, pois, o que não está
restrito - na citação anterior - é a capacidade do príncipe operar
jurídicamente em todos os territórios dependentes da coroa e não a forma
como essa operação vai processar-se. É a natureza abstracta do príncipe, e
não o príncipe/pessoa física, que - abraça a circunferência - dos seus
estados. A centralização do aparelho de estado num único local vai favorecer
o exercício da autoridade do príncipe, aproximando os vários territórios
deste, plasmando-os num tempo único (transportando também para uma
noção de intemporalidade), em que as decisões são tomadas
independentemente dos inúmeros fusos horários por onde se estendia a
administração filipina. É o tempo da tomada da decisão e não da aplicação da
mesma. O tempo do poder.Deste ponto de vista, pode pensar-se que, a
existência de Madrid como capital, reforça a ideia de centralização e fixação
do Estado. Estado esse que estaria defendido no interior da meseta, em local
de difícil acesso, podendo manter os seus privilégios e 'comandar à
distância'. Pela análise das várias correspondências trocadas, nomeadamente
sobre assuntos da Índia ou de outros locais (Macau ou Malaca, por exemplo),
verifica-se que os tempos de chegada de notícias eram relativamente
rápidos, permitindo o delinear de uma política em relação ao império, na
qual, como atrás foi apontado, o que contava era a decisão política.
Por outro lado, a centralização num único local permitiu o crescimento
daquilo que já se intitulou o nascimento de um Estado burocrático, através
de estruturas político/administrativas unificadoras - uma irradiação
do centro para as diversas periferias.
Parece claro que a ideia de Felipe II - o Príncipe Universal por natureza - era
uma ideia de fixação. Fixação de um espaço e de um tempo - Madrid e
o Escurial, primeira corte fixa. Embora se encontrem elos de ligação com o
'Império estrelar' de Carlos V, a estrutura de administração montada a partir
de Felipe II, desenvolveu fortemente a existência de uma burocracia
centralizante.



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