A depressão mental atinge milhões - por quê?
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G22/06/1977OS SINTOMAS de início talvez não pareçam tão graves. A pessoa talvez sinta fadiga, espasmos estomacais ou dores no peito. Poderá notar que acorda bem cedo, sem nenhum motivo aparente; ou a dificuldade talvez seja a de conseguir dormir. É possível que a mudança de apetite tenha levado à perda de peso; ou quiçá o problema seja excesso de peso, devido ao súbito afã no comer. A fadiga, as dores físicas e a mudança nos hábitos de alimentação ou de sono podem constituir o que os médicos chamam de “máscara somática da depressão”. O que é depressão? Por que aflige as pessoas? Todo mundo se sente ‘abatido’ vez por outra. Isto não deve provocar alarme, pois dias ruins desse tipo não são o que os médicos têm presente quando falam da depressão. No estágio intermediário, as vítimas sentem falta de energia e interesse pela vida, que perdura alguns dias ou algumas semanas, e influi em suas funções vitais. A pessoa deprimida tem dificuldade de realizar até mesmo as tarefas mais rotineiras, tais como vestir-se, escovar os dentes, preparar o desjejum e fazer decisões rotineiras. O terceiro nível, em que ninguém pode mais duvidar que está lidando com a depressão, é quando alguém se senta literalmente num canto — quase paralisado — mirando o espaço. Os médicos amiúde se referem à depressão como “aguda” ou “crônica”. A depressão aguda emana de alguma causa externa, tal como a morte dum ente querido, o divórcio ou alguma outra grande perda. Dependendo da seriedade da causa, a depressão aguda poderá durar semanas ou até meses; mas então desaparece. Por outro lado, nos casos crônicos, os efeitos danosos da depressão persistem mês após mês. Outro tipo de sofredor é o “maníaco-depressivo”. Tal pessoa oscila entre o estado “maníaco” (de manikos, “louco” em grego) e o de depressão. No estado maníaco, a pessoa se torna superativa, impulsiva, amiúde desordenada ao falar e pensar. Daí, segue-se um período “normal”, após o qual ela mergulha na depressão. Alguns permanecem no estado maníaco na maior parte do tempo, com apenas breves períodos de abatimento. No caso de outros, dá-se justamente o oposto, eles permanecendo deprimidos na — maior parte do tempo. E há aqueles que, na maior parte, permanecem equilibrados, exceto por breves altos e baixos. Por que tantos milhões de pessoas sofrem depressão? Um Fator É a Sociedade Humana. Os valores antigos, tais como a velha ética de trabalho, estão sendo rejeitados, e as pessoas estão sendo apanhadas num vácuo ideológico. Os garotos vêem que os frutos de quatrocentos anos de progresso científico talvez sejam mais amargos do que doces — mas eles não sabem o que colocar em seu lugar, e, por conseguinte, há um senso de futilidade.” Por causa disso, muitos jovens desiludidos procuram a “fuga” através dos tóxicos e outros meios. “A busca de emoções entre os jovens”, observa o Dr. Schwab, “amiúde é apenas uma fuga do desânimo”. Às vezes surge a depressão quando a pessoa atinge um “planalto” em sua vida, depois de muitos anos de meticuloso labor. Um ambicioso executivo talvez alcance por fim a posição mais alta em sua firma, apenas para se dar conta de que não mais possui um alvo na vida. As donas-de-casa de seus quarenta e cinqüenta anos amiúde sofrem o que os psiquiatras chamam de “síndrome do ninho vazio”. Por volta desse tempo, seus filhos usualmente já cresceram, seus maridos estão trabalhando na maior parte do dia e elas têm de enfrentar horas solitárias em casas vazias. Que dizer dos sentimentos de inferioridade que amiúde acompanham a depressão? Nisso, também, a responsabilidade cabe à sociedade humana. Como assim? Porque é amiúde em tenra idade que se faz com que as crianças se sintam sem atrativos. Seus colegas talvez zombem delas, se não conseguem fazer o que a maioria reputa estar “na moda”. Se um jovem tende a ser desajeitado e descoordenado, os colegas de escola e de folguedos podem influenciar tal criança a crer que “não consegue fazer nada direito”. As crianças desse tipo amiúde combinam a generalização: “Eu sou fraca”, com a avaliação subjetiva: “É repugnante ser fraco.” Tais jovens são prováveis candidatos à depressão. Fatores Biológicos: Nos anos recentes, considerável pesquisa tem sido feita para mostrar que, em muitos casos, a depressão pode ser devida à atividade química deficiente do cérebro. Por todo o cérebro acham-se espalhadas “aminas biogênicas”. Estes compostos químicos se concentram especialmente no “sistema límbico”, parte do cérebro que tem muito que ver com as emoções. Os cientistas relacionaram três destas aminas — dopamina, norepinefrina e serotonina — com a transmissão de impulsos de uma célula cerebral para a outra. É interessante que as experiências tanto com animais como com humanos demonstram que a depressão resulta de se tomar drogas que reduzem o nível das aminas. Por outro lado, animais de laboratório mostraram notável alerteza quando seu nível de aminas foi aumentado. Observa a Times Magazine de Nova Iorque: “Uma equipe internacional de pesquisas, de cientistas ingleses e norte-americanos, em 1968, acrescentou nova evidência circunstancial em apoio da teoria das aminas, ao descobrir que os cérebros dos pacientes que haviam cometido suicídio pareciam mostrar alguma evidência de níveis reduzidos de aminas. E um estudo recente de pacientes maníaco-depressivos deu-lhe ainda maior apoio: A urina dos pacientes maníaco-depressivos, durante seu período maníaco, mostrava aumentada excreção de norepinefrina, e, o exato oposto, depois de terem passado para a fase normal ou fase depressiva
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