A família na Intervenção Precoce: A evolução dos serviços de práticas centradas na família
(Ana Maria Serrano)
A Intervenção Precoce destina-se a crianças até à idade escolar que estejam em risco de desenvolvimento, que manifestem deficiência ou necessidades educativas especiais, e tem como objectivo minimizar os efeitos nefastos do seu desenvolvimento. Na fase inicial da investigação em Intervenção Precoce identificou-se a família como o foco essencial na intervenção com crianças em risco ou com necessidades especiais. E como se chegou a esse reconhecimento? Nos EUA, no início dos anos 70, os serviços de intervenção precoce centravam a sua preocupação principalmente na criança. Devido à influência emergente do movimento de modificação do comportamento o papel passivo dos pais alterou-se para um papel de participantes activos como co-terapeutas dos filhos. Actualmente deparamo-nos com a necessidade de alargar os esforços da intervenção para o contexto comunitário onde se insere a família. Estas sucessivas alterações têm origem nas contribuições conceptuais do Modelo Ecológico de Desenvolvimento de Brofenbrenner (1979) e o Modelo Transaccional de Desenvolvimento de Sameroff e Chandler (1975). As famílias funcionam como mediadoras entre o indivíduo e a sociedade, uma vez que o sistema familiar se insere num sistema ecológico social mais abrangente e é influenciado pelas mudanças existentes na comunidade e na sociedade. Esta complexa relação de sistemas origina uma maior compreensão e interdependência de diversos factores, o que influencia determinantemente o desenvolvimento global da criança. Compreendemos, hoje em dia, a influência que a família, vizinhos e amigos desempenham ao providenciar estruturas de apoio no auxílio às complexas tarefas dos pais. Os programas de intervenção devem sempre que possível, decorrer no meio onde vive a criança, que é normalmente sinalizada no jardim-de-infância, ou pela própria família. Para a obtenção dos melhores resultados, estes programas devem iniciar-se o mais cedo possível, devem ser estruturados e adaptados ao problema da criança e devem ter em conta o máximo envolvimento dos pais.
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