Resumo de Papa Bento 16 nomeia primeiros cardeais de seu pontificado -

CIDADE DO VATICANO - O papa Bento 16 nomeou na sexta-feira os primeiros cardeais de seu pontificado, instalando no cargo 15 homens vindos de Hong Kong a Boston e que agora participam do renomado grupo de católicos encarregado de aconselhá-lo e de um dia eleger o sucessor dele.
A cerimônia, realizada em um dia frio de céu cinza nas escadas da Basílica de São Pedro, incluiu uma oração pedindo liberdade religiosa na China, onde, segundo o Vaticano, os católicos leais ao papa não têm permissão de praticar sua fé abertamente.
Bento 16, a menos de um mês de completar um ano como líder da Igreja Católica, deu a cada homem seu barrete vermelho de cardeal e pediu-lhes que pregassem uma mensagem de amor e que disseminassem a fé.
Estou contando com os senhores para garantir que a solicitude da Igreja com os pobres e os necessitados desafie o mundo com uma declaração contundente sobre a civilização do amor, afirmou.
Entregando a cada um seu barrete de quatro pontas, o papa lembrou que o vermelho significava o compromisso dos cardeais com a defesa de sua fé mesmo que à custa de seu próprio sangue.
Dos 15 cardeais, 12 têm menos de 80 anos e, assim, poderão participar de um eventual conclave para escolher o sucessor de Bento 16. A maior parte deles veio da Europa, da Ásia e dos EUA.
Stanislaw Dziwisz, 66, arcebispo de Cracóvia, era o mais conhecido dos novos cardeais. Ele trabalhou ao lado do papa João Paulo 2 durante 26 anos como secretário particular dele e é considerado um dos homens mais influentes do Vaticano.
Dziwisz recebeu a maior rodada de aplausos e mesmo Bento 16 pareceu ter ficado emocionado ao abraçá-lo. O agora cardeal continua a ser um símbolo do pontificado que terminou um ano atrás.
O mais influente dos nomeados era William Levada, 69, um ex-arcebispo de San Francisco escolhido pelo pontífice, em maio passado, para controlar a poderosa Congregação para a Doutrina e a Fé. O órgão foi comandado por Joseph Ratzinger antes de ele ter se transformado no papa Bento 16.
A maior surpresa entre os novos cardeais, cujos nomes apareceram pela primeira vê no mês passado, era o bispo Joseph Zen Ze-kiun, de Hong Kong.
Zen é um partidário da democracia e um crítico frequente das políticas restritivas do governo chinês, especialmente no campo religioso. A China não permite que os católicos chineses reconheçam a autoridade do papa.
UMA ORAÇÃO PARA OS CATÓLICOS CHINESES
Uma oração lida em chinês durante a cerimônia lembrou todos os que ainda sofrem devido a sua fé cristã.
O papa, cuja terra natal, a Alemanha, ficou dividida entre uma região democrática e outra comunista durante 40 anos, também elevou ao cargo de cardeal Nicholas Cheong Jin-suk, arcebispo de Seul e administrador da Igreja para Pyongyang, na Coréia do Norte (um país comunista).
O arcebispo Sean O'Malley, que assumiu o comando de Boston em 2003 para limpar o nome da Igreja depois de um grande escândalo sexual, foi o segundo norte-americano a receber seu barrete vermelho.
Entre os outros novos cardeais estavam Jorge Liberato Urosa Savino, da Venezuela, Gaudencio Rosales, das Filipinas, Jean-Pierre Ricard, da França, Antonio Canizares Llovera, da Espanha, e Carlo Caffarra, da Itália.
Depois da cerimônia de sexta-feira, chamada de consistório, a Igreja Católica conta com um total de 193 cardeais, 120 deles com menos de 80 anos e, portanto, aptos a votar na eleição de um novo papa se ela acontecesse hoje.

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