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O Fazedor de Chuva
(Hannah; Barbara (1981))

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«O Fazedor de Chuva»



«Esta história foi muitas vezes contada, mas Jung, que portanto nos dava
poucos conselhos directos, disse-me um dia: «Nunca faças seminários (nem
conferências) sem contar às pessoas esta história».

«Num dos seus últimos Natais, pouco tempo antes da sua morte, quando nós
assistíamos ao Jantar do Clube [Club Psychologique de Zurich], ele contou-a para nós de novo.
Não havia certamente ninguém na sala que não conhecesse já a história e
portanto, depois que ele a contou, toda atmosfera mudou. Eu fiz, como tinha
feito antes, porque ele me tinha dado instruções para a repetir assim tantas
vezes.



«Houve uma
terrível seca, na parte da China, onde vivia Richard Wilhelm [Sinólogo, amigo
de Jung e tradutor do I Ching]. Depois das pessoas ter tentado em vão os meios
conhecidos para obter a chuva, decidiram mandar buscar um fazedor de chuva.
Isto interessou muito a Wilhelm que se preparou para estar lá quando o fazedor
de chuva chegasse. O homem veio numa carroça coberta, um pequeno velho ressequido,
que fungava com uma repugnância evidente quando saiu da carroça e que pediu que
o deixassem sozinho numa pequena cabana em frente da aldeia; mesmo as suas
refeições deviam ser deixadas no exterior diante da porta.

«Não se ouviu falar mais dele durante três dias,
pois, não somente choveu, mas houve uma grande caída de neve, o que nunca se
tinha visto nesta época do ano. Muito impressionado, Wilhelm procurou o fazedor
de chuva na cabana e perguntou-lhe como podia ter feito chuva e mesmo neve. O
fazedor respondeu: “Eu não fiz a neve; não sou responsável por isso”. Wilhelm
insistiu: havia uma terrível seca até à sua vinda e depois, passados três dias,
houve grande quantidade de neve. O fazedor de chuva respondeu: “Oh! Isso eu
posso explicar. Veja, eu venho dum lugar onde as pessoas estão em ordem; estão
em Tao; então o tempo também está em ordem. Mas chegando aqui, vi que as
pessoas não estavam em ordem e também me contaminaram. Por esse motivo fiquei
sozinho até estar de novo em Tao, e
então, naturalmente, nevou». (Hannah, 1981: pp 21)



(...) «Os alquimistas procuravam sem cessar unir os opostos, pois não é
senão quando estão unidos que se pode encontrar a verdadeira paz. <quando se
examina o estado do mundo, apercebemo-nos que por todo o lado, um dos opostos
tenta sobrepor-se ao outro. Colectivamente nada podemos fazer; Jung repetia-o
constantemente: a única forma que temos de fazer alguma coisa, é no indivíduo,
é em nós mesmos. É o princípio do fazedor de chuva: quando o indivíduo está em
Tão – local onde os opostos estão unidos – há uma influência inexplicável sobre
o ambiente (...) Há em nós um lugar onde os opostos estão unidos e nós devemos
aprender a ir visitá-lo, permitindo assim à luz voar pelo mundo. Se houvesse
gente em número suficiente que compreendesse a importância de ir até este lugar
interior, seriam capazes de suportar a tensão dos opostos no exterior. Jung
dizia que era essencial para evitar uma guerra atómica. (Hannah, 1981
pp.82 - 83)





In: Hannah, Barbara (1981): «Rencontres avec l’Âme - L’imagination
active selon C.G.Jung»; Psychologie, Collection la Fontaine de Pierre.



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