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a liberdade de imprensa ameacada na democracia americana
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A liberdade de imprensa ameaçada na democracia americana Judith Miller, ex-jornalista do “The New York Times”, dos mais importantes veículos de comunicação americanos, passou 85 dias presa em um centro de detenção de Alexandria, estado da Virgínia. Trata-se da jornalista com estada mais longa nas prisões americanas por razões de proteção às suas fontes. Ela se recusou a revelar para a Justiça o nome do membro do governo que, por sua vez, revelou a identidade de um agente da CIA, Valerie Plame, mulher do ex-embaixador Joe Wilson, o qual desvelou que a informação dada pelo governo americano, de que Saddam Hussein havia comprado urânio do Níger, era falsa. Uma das justificativas da invasão do Iraque pelos EUA foi precisamente essa. O curioso na história é que Miller nada escreveu sobre o assunto, apenas teria tido acesso à fonte que descobriu Plame; quem o fez foi Robert Novak, descortinando a identidade secreta de Valerie. O departamento de justiça intimou tanto Miller quanto Matthew Cooper para deporem. Cooper era o terceiro jornalista a par do caso. Ele colaborou, alegando em sua defesa que sua fonte o liberou para falar à corte, mas Judith acabou na cadeia. A brava jornalista só foi solta quando sua fonte, por vontade própria, decidiu lhe conceder a possibilidade de revelar o seu nome. Tratava-se de Lewis Libby, chefe do gabinete do vice-presidente norte americano Dick cheney. O caso revela duas características do estado americano: primeira, o ataque aos peixes pequenos ao invés dos tubarões, sintoma de todo governo injusto, segunda, a presença da censura, traço inequívoco das sociedades autoritárias. Imediatamente a questão que vem à cabeça é: por que o governo americano, personificado na figura do promotor especial Patrick Fitzgerald, não intimou ou atacou ao jornalista que diretamente revelou a identidade da espiã? Seria por demais poderoso Robert Novak e a sua prisão provocaria comoção grande exageradamente para a União suportar? Perto de Novak, Miller é peixe pequeno. Novak é uma personalidade jornalística nos meios americanos, cuja aura extrapola a simples condição de repórter, atualmente ele ocupa importante posição na rede Fox. E a suspeita estaciona exatamente ai. O código de ética de qualquer jornalista diz para proteger as fontes. E em qualquer país do terceiro mundo ou, pior, de regime de exceção, as autoridades, o judiciário e a polícia insistem em prender e atacar jornalistas para exatamente quebrarem a sua ética. Nos EUA a ação seguiu a regra dos governos fracos, corruptos e totalitários: ataca-se o pequeno, de medo da reação dos grandes. No país é crime revelar a identidade de um espião ou agente secreto. Quem o fez? Judith Miller ou Robert Novak? E fala-se ainda que Novak teria feito um acordo com a promotoria. De que tipo? Que tipo de acerto teria sido feito nas alcovas da Casa Branca? Tal prática não remete imediatamente aos cambalachos recorrentes em claudicantes sociedades democráticas como a brasileira? Os americanos são orgulhosos e a todo momento citam a primeira emenda à constituição, aquela que garante o direito de expressão. Parece necessário ser aditada à constituição americana uma emenda para garantir o silêncio. A primeira emenda não protege os repórteres em matérias que envolvam a prática de ilícitos penais. Por exemplo: se um homem confessa um assassinato a um jornalista, um promotor pode convocá-lo como testemunha. Se o repórter se recusa a testemunhar, então o juiz pode mandar prendê-lo. Ou seja, temos na legislação mor do país a marca do autoritarismo. Os americanos estão presos dentro da própria garganta. Quando for o caso, o que não falarem deve e será usado contra eles. Em casos de ameaça à autoridade constituída.



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