Ser mineiro
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Ser mineiro é ser sonhador, uai. Sonhar com a liberdade que Tiradentes, um dia, gritou. Buscar o infinito nas asas que Santos Dumont inventou. Plantar uma cidade de concreto como Juscelino plantou e deixar seu nome no cerrado e na história do Brasil. Mineiro foi! Ser mineiro é buscar o impossível, pisando todos os gramados que Pelé precisou ver, crer, chutar e festejar. É buscar juventude no estado mágico de Ivo Pitanguy. Talvez ouvir tocar nos corações os sinos das igrejinhas, anunciando que os sonhos se espalharam. E que se não encontrarem um mineiro, voem mais alto, até a roça de milho, as cidadezinhas do interior, ou até mesmo, à pracinha de cada bairro. Mineiro, que carrega sua alma na mão, que come pão de queijo ou torresmo, que cria aleluias e não a abaixa a cabeça, que não se dobra, mas cai de joelhos diante de Deus. Mineiro não fica em cima do muro. Jamais. Apenas, espera, cauteloso, para saber se o rio corre na direção certa. Precaução, cuidado, para não entregar seu sonho em vão. Então, ser mineiro não é uma benção, uai, como dizia o nosso saudoso Roberto Drummond?
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