Resumo de Pedagogia da Proximidade - Dennys Robson Girardi

Educar não é uma arte fácil. Poucos têm realmente o dom para a docência. A grandeza do educador não está em seus títulos ou em suas grandes pesquisas, mas no modo simples de interagir e transmitir a possibilidade de alçar vôo. Chamamos de “alçar vôo” a possibilidade de caminhar por si, sem o paternalismo intelectual e sem a falsidade acadêmica que se prolifera.
Muitos estão em sala de aula como meros repetidores de formulações intelectuais, de modo que não assumem educação como processo vital e existencial na formação do educando. A docência deve caracterizar-se pela possibilidade de propor a autonomia ao discente.
Infelizmente, assume-se a docência como um trabalho sem compromisso, não tendo como meta o aluno enquanto ser humano, mas o aluno como receptor e armazenador de informações enfadonhas, pois se não for gerado anteriormente no aluno um comprometimento com o conhecimento todas as informações são inúteis. Poucos têm a audácia de se colocar a ouvir o educando, pois qualquer intervenção pode gerar medo e deslocar o educador de seu poderoso cargo. Assim, com medo de ceder, muitos professores preferem a distância e a discriminação.
A discriminação se dá no modo opressor com que tratam os alunos, utilizando o método do “pode mais quem sabe mais”. Cria-se em torno ao professor uma cúpula que o protege e lhe confere o status de “sábio”. Esta cúpula o protege de determinados questionamentos e coloca-lhe acima dos demais.
Pouquíssimos são capazes de romper com está cúpula protetora, possibilitando um contato informal com os alunos, fazendo-se um com eles. Quando a imagem de professor cede espaço para a imagem do amigo, dá-se o início da verdadeira educação. Pois, não repete as estruturas de opressão, mas cria uma empatia de proximidade, de possibilidade de crescimento mútuo.
Quando o aluno percebe-se embrenhado numa amizade com educador, onde um participa da existência do outro num patamar de igualdade, começa a surgir a possibilidade de “alçar vôo”. Porém, este tipo de educação só é possível quando o educador já “alçou vôo”, ou seja, quando o educador já tem autonomia e não necessita do falso status de poder que o cargo lhe confere.
Quando irrompe a autonomia em ambos (educador e educando), as informações deixam de ser enfadonhas, o conhecimento passa a ser vital. A partir de então, se vislumbra uma realidade maior, onde a decisão não é mais formal, onde o estudo torna-se uma disposição para a vida e não mera necessidade imposta. Quando ambos voam juntos, o plano de visão aumenta e crescem as possibilidades de interpretação, o educador deixa de ser o protagonista da educação, criando um diálogo profícuo e pertinente de crescimento mútuo.

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