Correio da Manhã
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Sérgio Vieira de Mello Um Mártir do Nosso Tempo Este Homem impoluto e permanente lutador pela justiça e pela paz entre os homens deveria constituir um exemplo de dignidade perante a humanidade mesquinha e na qual nos encontramos inseridos, não tendo nem a capacidade nem a ousadia de dizer bem alto aquilo em que acreditamos e sendo até cúmplices das atrocidades que diariamente vemos cometer. É mais cómodo ficar calado e deixar os problemas para os outros. Vieira de Mello não pensava assim. Pensava que era necessário agir, onde quer que fosse, e buscar a todo o custo a liberdade, o bem estar e o respeito que todos os outros nos merecem, independentemente do local onde vivem, da religião que praticam, da cor da pele que os envolve e das crenças em que acreditam. Por isso mesmo esteve em África (Ruanda), na Europa (Kosovo), no Médio Oriente (Líbano), em Timor-Leste (algures entre a Ásia e a Oceania) e nunca desistiu dos seus propósitos humanitários, a bem desta conturbada sociedade em que vivemos. Kofi Anan, quando lhe pediu que aceitasse o “dossier” Iraque tinha consciência dos riscos a que essa missão obrigava, mas também sabia que, dentro das Nações Unidas, só ele seria capaz de desempenhar com eficácia aquela tão difícil tarefa. O Terrorismo de Saddam e a sobranceria americana não fizeram vacilar este notável funcionário superior das Nações Unidas, mas é lamentável que poucos já se lembrem de que, se queremos um mundo mais humanizado, mais justo, mais compreensivo e mais respeitador dos nossos semelhantes, é preciso recordar com frequência Sérgio Vieira de Mello, pelo exemplo que deu ao Mundo, de independência, de competência, de coragem e de disponibilidade para ajudar o próximo, se o objectivo for o de melhorar este planeta enlameado por interesses conspurcados e de fanatismos inqualificáveis. Sérgio Vieira de Mello morreu. Morreu no seu posto de trabalho. Morreu assassinado por fanáticos, mas quem tinha a obrigação de o defender, pouco ou nada fez pela vida de um Homem exemplar. Que o seu exemplo frutifique. Obrigado, Sérgio Vieira de Mello.
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