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Primeira Dama
(Dennys Robson Girardi)

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Primeira Dama

Desde o governo de Jucelino, como mostrou a mini-série partidarista e unilateralista da Globo, instaurou-se no Brasil o tão querido “primeirodamismo”. Um sistema despótico e nepotista, onde marido assume o governo e a mulher assume a assistência social do município, estado ou país.
Mas o que dizer disto? Será isso mesmo o ideal? Claro que não, a história sempre apresenta as dificuldades que existem quando uma pessoa incompetente assume um cargo administrativo. Seja como for, o simples fato de ser a esposa do líder do executivo, não implica na competência e ou na habilidade com o trabalho social.
Repete-se, por todo lado, o esquema opressor e assistencialista de um trabalho social desencarnado e sem qualidade. Este esquema macabro não retira o pobre de sua condição miserável, mas o mantém na qualidade de um sub-cidadão. Quando pessoas instruídas e competentes assumem postos como este, pode ser que se garanta o sucesso, mas é preciso, antes de tudo, ter um compromisso social, crer na possibilidade de mudança estrutural.
Outra dificuldade apresentada tem a ver com o que nos diz o pedagogo Paulo Freire: “Em todo oprimido habita um opressor”. Assim, o fato de uma pessoa que vem de um esquema de opressão, sem depurar os sentimentos gerados no passado, assumir um cargo de mando gera um novo sistema de opressão. Isto é, o despreparo para o cargo e a visão turva da realidade, faz com que a primeira dama se torne a “primeira dona”, pois além de comandar os trabalhos de assistência social, acaba intervindo nas principais ações do executivo.
O “primeirodamismo” nada mais é do que uma característica despótica que carrega os resquícios de um Brasil Colonial, pois basta ser parente do rei para ser considerado nobre. Destarte, vêm atrelados ao modelo os mesmos problemas da colônia, a incompetência do nepotismo faz com que a população pague um preço caro. Pois, além de um trabalho social sem qualidade, as “primeiras donas” usam do cargo para fazer enaltecer o marido. Justamente no momento da campanha política, sonhando com a reeleição do marido e a manutenção de seu cargo, deixam de lado um pouco de sua empáfia e repetem a “Pax Romana”, distribuindo aos pobres os benefícios acumulados nos três anos anteriores.
Hoje vemos a falsa luta contra o nepotismo. Sabemos que para resolver esta questão, como tantas outras, é necessário mudar todo o esquema da administração pública. De modo que não basta assinar mais uma lei que nunca será cumprida, é necessário deixar nascer uma nova estrutura governamental. Quem sabe se a democracia fosse instaurada essas dificuldades não fossem superadas?



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