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La Presse (Canada)
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Ensinar em França? O Pesadelo Louis-Bernard Robitaille, jornalista do diário canadiano “La Presse”, publicou um artigo interessante sobre o ensino no país da Cidade-Luz (França), mas que é facilmente comparável a situações que ocorrem, infelizmente, e cada vez mais, nos países ocidentais,ditos civilizados. Sem esconder os nomes dos professores em causa, relatou alguns casos de indisciplina absolutamente inaceitáveis na sociedade que queremos construir, mas que, a cada passo, constatamos que falhamos, quer seja a nível profissional, a nível social e, sobretudo, a nível familiar. Pressupõe-se que, em primeiro lugar, ao nível da educação, devem aparecer os pais e a família, e depois a escola complementa essa tarefa educacional e também o aspecto pedagógico-didáctico, isto é, a escola ensina e contribui para a educação. Mas parece que tudo funciona mal. Curiosamente isto sucede no ensino público, porque se formos para o ensino privado…as regras são diferentes, e um aluno pode inclusivamente ser expulso, o que dificilmente sucede numa escola pública. Em última instância…transfere-se de estabelecimento. No primeiro exemplo, lemos que a professora de artes Karen Montet-Totain, por ter participado disciplinarmente de um aluno, o que lhe valeu alguns dias de suspensão, foi violentamente atacada pelo aluno, tendo sofrido vários golpes de navalha no ventre ; esta mesma jovem professora, depois de regressar ao trabalho, foi cercada pelos alunos de uma turma, durante uma aula, que lhe remexeram nos seus haveres pessoais, na documentação pedagógica, etc, e…um dos alunos diz em voz alta : “Stora, desejo-a!” . Esta cena repetiu-se pouco depois, mas a exigência aumentou: “Stora, desejo-a, aqui já, em cima da mesa”. Resta acrescentar que não houve procedimento disciplinar contra ninguém…e os alunos que assim procederam ficaram impunes. Um outro caso passou-se com a professora Anne Losada, uma professora habituada a lidar com adolescentes difíceis, já que ela própria não teve uma infância fácil, razão pela qual conhece todo o vocabulário e toda a forma de agir e pensar destes jovens pré-marginais. Mas isso foi-lhe insuficiente, pois acabou por ter uma depressão nervosa, que, felizmente, já conseguiu ultrapassar. Mas diz que, durante uma hora lectiva, se conseguir dar 15 minutos de aula…já é uma vitória. Adora a profissão de docente, mas, aos 35 anos, já começa a perder as forças. É professora de Francês. Martine Salzman, ao cabo de 26 anos de serviço, sofreu muito durante esse período. Exemplo: em plena aula, um miúdo de 12 anos de idade deu-lhe um murro na cara. Mas muitas outras coisas se passaram. Por exemplo, ser insultada nos corredores da escola com o que de mais baixo existe na nossa linguagem, tal como faziam a um colega dela, que, pelo facto de ser judeu, tinha que ouvir todos os enxovalhos dos alunos. As direcções das escolas não actuam. Esta professora esteve três anos e meio com uma depressão e, quando regressou ao trabalho, baixou de categoria, passando a professora de substituição, numa escola de uma bairro “chique” de Paris. Ganha menos, mas, pelo menos, não tem a maioria dos problemas das escolas a que chamamos “normais”. É lamentável termos chegado a este ponto, mas os valores perdem-se a uma velocidade alucinante e resta-nos perguntar quem é que, dentro de 20 anos, vai governar os nossos países, quem vai ensinar as crianças dessa época, quem dirigirá as empresas, enfim, temos que questionar toda uma sociedade decadente, sem referências culturais nem educacionais nem de nenhum cariz. É preciso devolver à Escola e aos professores a autoridade que lhes foi retirada, sob pena de vermos desmoronar-se uma ou duas gerações e ser, depois, muito mais difícil recuperar o tempo perdido.



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