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Folha de Sao Paolo
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A desnutrição infantil ainda é um grande problema para o Brasil. Ela atinge 6,6% das crianças com até cinco anos de idade que vivem no semi-árido nordestino, região mais pobre do país. Esta é a conclusão da pesquisa inédita Chamada Nutricional 2005, dos ministérios do Desenvolvimento Social e da Saúde, realizada durante a Campanha Nacional de Vacinação em agosto do ano passado. A taxa internacionalmente aceitável para o problema é de 2,5%. Há dez anos, um estudo domiciliar identificou um índice de 17,9% de desnutrição crônica em todo o Nordeste. O pesquisador do departamento de nutrição da USP (Universidade de São Paulo) Carlos Augusto Monteiro, responsável por analisar a pesquisa, atribui a queda na porcentagem ao longo da última década a melhoras no saneamento básico, no nível de escolaridade e no acesso à saúde. Para ele, programas sociais bancados pelo governo federal ajudaram, mas não protagonizaram a redução. Em 2005, o Ministério do Desenvolvimento Social investiu cerca de R$ 3,9 bilhões em ações de apoio à população do semi-árido, área que envolve oito Estados do Nordeste e o norte de Minas Gerais. Entre as famílias pesquisadas, apenas 23% têm acesso à água encanada. As crianças das classes D e E são as mais atingidas, com a desnutrição atingindo 17% delas. Já nas classes A e B, a taxa é de menos de 1%. O Estado do Alagoas foi o que apresentou o maior índice de desnutrição: 6,5%, seguido do Maranhão e do Sergipe, os dois com 6,2%. Já a menor taxa está em Minas Gerais, com 4,6%.Segundo uma agricultora da região, a desnutrição caiu consideravelmente na região porque se depende cada vez menos das condições climáticas e das colheitas para sobreviver e se pode contar com a ajuda do governo. De acordo com a Pastoral da Criança, que também ajuda a população local, a construção de cisternas armazenadoras de água da chuva tem desempenhado papel fundamental na erradicação da desnutrição infantil



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