Organon
(Aristóteles)
Vamos agora tratar dos elencos
sofísticos, quer dizer, dos argumentos que parecem sê-lo, mas que deveras são
paralogismo e não argumentos. Começamos pelo principio conforme a ordem
natural.
Que alguns silogismos são
verdadeiros, enquanto outros o parecem ser, embora o não sejam, é evidente. O
mesmo ocorre com as coisas inanimadas em que umas são de ouro de prata
verdadeiros, enquanto outras não são tal, ainda que o pareçam aos sentidos, por
exemplo, os objetos de litargirina e cassiterina parecem ser de prata, e os
objetos de metal amarelo parecem ser de ouro. O silogismo é um razoamento em
que, dadas certas premissas, se extrai uma conclusão conseqüentemente e
necessária, através das premissas dadas; o elenco é um silogismo acompanhado de
contradição da conclusão. E deste modo evidente que há argumentos deste tipo, e
que esses a quem chamamos Sofistas são os que procuram dispor de arte para essa
espécie de argumentos.
Os argumentos utilizados na polemica são de quatro
espécie: argumentos, didascálicos, dialéticos, críticos e eristicos. Sãos os
didascálicos os argumentos que razoam a partir de princípios próprios de cada
disciplina, e não a partir das opiniões de quem responde, pois importa que o
discípulo deles esteja persuadido; são
dialéticos os argumentos que concluem, a partir de premissas prováveis, a
contradição da tese dada; críticos são o que razoam a partir das premissas que
parecem verdadeiras a quem responde, e que deve conhecer necessariamente o tema
que nelas se acha explicito de que modo, já explicamos em outro escrito; enfim, são eristicos os
argumentos que concluem, ou parecem concluir, a partir de premissas prováveis na
aparência, mas na verdade improváveis.
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