A experiência religiosa: análise e compreensão (PARTE 2) 
(António Caselas;  António Lopes;  Francisco Marques)
  
Neste momento, podemos dividir os Homens em dois “tipos”: o homem profano e o religioso.
 O homem profano vive o presente e não se importa com o começo e o fim da vida e por isso não tem qualquer significado transcendente. Por sua vez, o homem religioso quer participar da eternidade e unir-se ao sagrado, ao transcendente e ajuda a manter a santidade no mundo.
 O homem religioso manifesta-se também nas festas e romarias, mas para isso dá-se a grandes sacrifícios primeiro para mostrar que a ordem humana não chega por si só.
  
  
 Ainda ficou por falar das hierofanias, as formas de irrupção e de manifestação do sagrado no mundo. As formas de manifestação do conceito criado por Mircea Eliade são os símbolos.
 A capacidade de impressionar a consciência do crente fortalece o símbolo, o qual manifesta um plano de verdade que não se deixa reduzir e apreender num discurso racional.
 Os símbolos transportam um poder misterioso e divino que colocam o crente numa atmosfera de fé.
  
 RITO
 Em Geral, um rito é um acto simbólico ou religioso que nasce das condições difíceis da vida humana, da situação concreta do homem na Terra, e que através de práticas pretende encontrar um recomeço, uma mudança aquando das tragédias e das catástrofes que o Homem enfrenta.
 O rito não obedece a nenhuma experiência colectiva e partilhada com os outros, pois pretende exercer uma força sobre os acontecimentos e regulá-los de acordo com os desejos, medos e interesses pessoais.
 Como somos livres, mas ao mesmo tempo sentimos a necessidade de explicar e libertarmo-nos dos nossos medos e angústias, recorremos ao rito para nos preservarmos contra o perigo que poderia surgir.
 Os sacrifícios, também considerados como sagrados, são um aspecto violento do rito!
  
  
 Tal como os ritos, os tabus não resultam obrigatoriamente da reflexão e da teoria racional e não têm sempre carácter religioso. Então, existem certos actos que são proibidos ao Homem em relação a determinados objectos ou seres [tabu] e transgressor torna-se impuro ao estabelecer contacto com o ser em questão. Os tabus são pontos fracos das sociedades pois criam, normalmente, mitos em redor de certos rituais e fazem com que os Homens não cresçam e deixem as crenças do passado que não correspondem à verdade, ao real.
 Os ritos e os tabus são complementares, pois fazem parte da vida humana que mantem certos “costumes” e mentalidades que não se separam do que foram outrora.
 MITO
 A origem dos mitos remonta no começo do Tempo, de tudo. É uma narração do que os deuses ou seres divinos fizeram e isso representa para o Homem religioso uma verdade absoluta e indiscutível.
 O mito, segundo Mircea Eliade, têm como funções manter o Homem no sagrado e na realidade caso imite os deuses e santificar o mundo.
  
  
 O processo histórico-cultural que fez com que a sociedade moderna [séc.XVIII] iniciasse um movimento de «dessacralização», ou seja, de se libertarem progressivamente da tutela da religião ao nível da vida, das instituições e da consciência humana do ocidente.   Consideravam que a dependência do Homem a Deus mantinha longe da responsabilidade por si própria e pelos seus semelhantes.
 Muitos argumentaram sobre a secularização. Entre muitos historicistas, filósofos ou cientistas destacam-se Dilthey, Marx, Nietzsche, Freud, B. Russell e E. Schrödinger. Todos afirmaram que a secularização foi um passo necessário e importante pois a dependência entre o Homem e a religião era excessiva e prendia o Homem a um mundo não tão real como deveria ser.
 A fé de um crente pode ultrapassar e exercer mais “poder” do que a razão pois a fé é no que o Homem acredita, espera, deseja e pensa como possível. A razão exclui certas vontades e coisas em que se qer acreditar por serem consideradas impossíveis!
  
 PRINCIPAIS RELIGIÕES DO MUNDO:
 Apesar do sentimento de sagrado existem diferentes crenças e concepções religiosas que levam os Homens a “dividir-se” em diferentes religiões. Umas adoram um só Deus, outras idolatram vários!
 BUDISMO [Índia, séc.VI a.C.]:
  
 Pretende-se radicalmente mostrar um mundo verdadeiramente em mudança, mas que não é suficiente para completar o anseio do Homem na sua busca da felicidade.
 Questionam-se acerca da existência e duração do mundo, da existência e da relação do Homem com o absoluto, com a vida. Buda responderá a todas as perguntas que surjam sobre esses tópicos dizendo o que o mundo não é [e não como é].
 O Budismo desenvolve um sentimento de compaixão e de indulgência, de solidariedade universal entre todas as coisas – mettâkarunâ.
 As noções desta religião que se mantêm como herança dos textos sagrados hindus – védicas:
 §   “Karma: lei da causalidade e do determinismo moral.”
 §   “Samsâra: pluralidade das existências: reencarnação.”
 §   “Atman: Eu ou consciência individual.”
 §   “Brahman: consciência universal ou Eu.”
  
  
 MONOTEÍSMO
 É uma doutrina religiosa que apenas admite um Deus distinto do mundo e surge como oposição ao politeísmo, que admite várias figuras como deuses e que estão relacionados hierarquicamente [ex. dos deuses gregos].
 No mundo actual os três grandes monoteísmos são o judeu, o cristão e o islâmico.
 Deus é o criador do Universo e da vida e é omnipresente e representa o poder absoluto, sendo que a sua revelação positiva a Moisés e as revelações dos antigos profetas do judaísmo representa a origem comum dos três monoteísmos. 
 
  
 
Resumos Relacionados
 
  
- A Experiência Religiosa: Análise E Compreensão (parte 1)
  
  
- A Experiência Religiosa Num Mundo De Quais Valores??
  
  
- A Experiência Religiosa Num Mundo De Quais Valores??
  
  
- Filosofia Da Religião
  
  
- História Das Religiões
  
 
 
 | 
     |