Fernando Gil - personalidade - filósofo
(não mencionado)
Fernando Gil, filósofo português, ensaísta e professor universitários nos mais diversos países, nascido em 1937 em Maputo [Moçambique] licencia-se em Direito em Lisboa, após um ano de Sociologia em Joanesburgo.
Contudo, não termina o estágio de advocacia e parte para a cidade de “l’amour”, Paris, onde tira a licenciatura em Filosofia, pela Universidade de Sorbonne.
Decorria o ano de 1964 e fica por concluir uma tese sobre a obra de L. F. Céline, mas dá especial atenção à tradução para português de obras de certos autores como Karl Jaspers, Romano Guardini, Cesare Pavese e M. Merleau-Ponty.
Querendo aprofundar u certo tema filosófico para melhor compreende-lo, decidi doutorar-se em Lógica [1966], de onde resulta a tese «La Logique du Nom», publicada em França em 1972.
Em 1976 entra nos corpos docentes da Faculdade de Letras de Lisboa e, mais tarde, em 1979, integra o Departamento de Filosofia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde se estabelece como professor catedrático em 1988.
Além de leccionar na EHESS [em França] e na Universidade Nova leccionou, como professor visitante, em várias universidades europeias e sul-americanas, tais como a Universidades de Porto Alegre e S. Paulo, entre outras.
Com publicação de Mimesis e Negação, em 1984, e de Viagens do Olhar, em 1998, recebe o Prémio Ensaio do Pen Club.
Publica também, aquando do período de tempo entre 84 e 98, Provas (1988), Tratado da Evidência (1993) e Modos da Evidência (1998).
Em Provas questiona-se sobre as condições de um conhecimento objectivo, da sua validade e universalidade, respondendo pela realidade que se conhece; em Tratado da Evidência, tudo se centra nas preocupações epistemológicas até aí desenvolvido, ou seja, em vez de tematizar a prova, leva em atenção aquilo que dispensa a prova [a evidência] sem que se afirme o oposto. É aí que introduz o conceito de "alucinação originária", uma hipótese que tenta dar uma explicação do que é a evidência.
Seguidamente, em Modos da Evidência e Viagens do Olhar tenta-se confirmar a hipótese, contudo, as obras diferem entre si.
Mudando um pouco de assunto, é de referir que foi director do Centre d’Études Portugaises, na época de 1990 até 1997, e do Seminário Francisco Snches, desde 1992.
Em paralelo com uma listagem de obras individuais, assinou obras colectivas importantes, onde se destacam O Balanço do Século e Scientific and Philosophical Controversies, em 1990, e Philosophy in Portugal, a Profile e A Ciência tal Qual se Faz, em 1999.
Publicou, também, mais de 150 estudos [artigos de revistas, comunicações e apresentações a colóqios, etc.] nas mais variadas línguas! Nesse campo, na área dos media referente às revistas, é de salientar que Fernando Gil fundou e dirigiu a revista Análise e integrou os comités de redacção de outras tantas revistas e publicações [entre as quais, as enciclopédias Universalis, Britannica e Einaudi].
Assim sendo, já sendo de esperar, após o grosso da sua carreira e vida, considerando o seu mérito científico, reconhecido além fronteiras, recebeu em 1992 o grau de Grande Oficial da Ordem Infante D. Henrique, proposto pelo Presidente da República [Mário Soares], de quem foi conselheiro; foi distinguido também em 1993 com o Prémio Pessoa [em Portugal] e com o título Chevalier da Ordem das Palmes Académiques em 1995, pelo governo francês.
Finalmente, em 1998, é consagrado Doutor Honoris, devido à Universidade de Aveiro.
Infelizmente, ou felizmente porque a vida é efémera e tudo o que é em demasia não é bom, Fernando Gil morreu aos 69 anos de idade, em Paris, vítima de doença prolongada!
Resumos Relacionados
- José Saramago - Síntese Biográfica
- António Damásio
- Dr. Agostinho Da Silva Nasceu Há Cem Anos
- António Freire
- Fernando Pessoa - Biografia
|
|